O Banco Central da Argentina (BCRA) anunciou nesta terça-feira (13) que manterá a taxa oficial do dólar em 800 pesos, representando uma desvalorização de cerca de 50% da moeda argentina. O governo argentino também informou que busca um "waver" (perdão) junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo não cumprimento das metas estabelecidas no acordo firmado em agosto.
O FMI disse na terça-feira (12) que "saúda" as medidas anunciadas pelo novo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo. O pacote apresentado pelo governo do novo presidente do país, Javier Milei, inclui reduções nos gastos públicos e um aumento dos programas sociais argentinos, além da desvalorização do peso em 54%.
O BCRA justificou a desvalorização do dólar como uma medida necessária para "reduzir a inflação e promover a competitividade das empresas argentinas". A autoridade monetária também indicou que essa medida será acompanhada por um aumento da taxa de juros básica do país, que passará de 133% para 150%.
O pedido de "waiver" ao FMI é uma tentativa do governo argentino de evitar a suspensão dos desembolsos do fundo. O acordo firmado em agosto previa que a Argentina atingiria uma meta de déficit fiscal de 2,5% do PIB em 2023. Entretanto, o governo argentino estima que o déficit fiscal será de 3,5% do PIB neste ano.
O pacote de medidas econômicas, denominado "Plano Motosserra", foi anunciado por Luis Caputo na terça-feira (12). Em um vídeo transmitido no canal oficial de Javier Milei, o ministro da Economia argentino alertou sobre a possibilidade de "hiperinflação" se não houver uma mudança de rumo. Caputo destacou o déficit fiscal como a raiz das crises anteriores na Argentina e ressaltou a necessidade de uma abordagem diferente. O "Plano Motosserra" inclui a manutenção do câmbio oficial do dólar em 800 pesos, representando uma desvalorização de cerca de 50% da moeda argentina em relação à cotação anterior de 366,5 pesos por dólar.
Gazeta Brasil