Javier Milei tomou posse como presidente da Argentina neste domingo (10), às 11h56, na Câmara dos Deputados do Congresso Nacional.
"Hoje enterramos décadas de fracassos, lutas internas e disputas sem sentido, que a única coisa que conseguiram foi destruir o nosso querido país e deixar-nos na ruína", disse o novo presidente da Argentina.
"Hoje começa uma era de paz e prosperidade, de liberdade e progresso", disse Milei ao proferir seu primeiro discurso como presidente às portas do Congresso, após ter prestado juramento de posse perante a Assembleia Legislativa.
O juramento foi prestado pela vice-presidente cessante Cristina Kirchner, enquanto os presentes gritavam "Liberdade, liberdade".
O presidente cessante Alberto Fernández foi o responsável por entregar os atributos presidenciais – a faixa e a bengala – ao novo presidente Javier Milei.
Após essa etapa, Fernández e Milei assinaram a ata correspondente juntamente com o Tabelião Geral da Nação.
Antes de ingressar na Assembleia Legislativa, Milei assinou o livro de honra do Congresso Nacional com a arenga "Viva a Liberdade, droga".
Acompanhado pela vice-presidente cessante Cristina Kirchner, Milei entrou no Salão dos Passos Perdidos para assinar os livros de honra, como ocorre em cada substituição presidencial.
Ao seu lado, a agora nova vice-presidente, Victoria Villaruel, escreveu no outro livro: "Tudo pela Argentina, Victoria".
Em seguida, Milei e Villaruel olharam o original da Constituição Nacional e dirigiram-se à Câmara dos Deputados para prestar juramento, como é obrigatório, perante a Assembleia Legislativa.
A Assembleia Legislativa do Congresso Nacional começou a deliberar às 11h15. A vice-presidente Cristina Kirchner abriu a reunião plenária de deputados e senadores que acontece na Câmara dos Deputados, em cerimônia que conta com convidados especiais, embaixadores, representantes da Justiça e das Forças Armadas, entre outros.
Os camarotes superiores estavam ocupados por familiares e convidados especiais e ali podiam ser vistos os pais de Milei e sua companheira Fátima Flores.
Ao abrir a sessão, Fernández de Kirchner pediu ao novo chefe da Câmara dos Deputados, Martín Menem, que hasteasse a bandeira nacional e depois convocou a formação das comissões interiores que receberão Milei na Sala Azul, e as comissões exteriores. receber o presidente eleito na esplanada com vista para a Avenida Entre Ríos.
Entre as delegações estrangeiras, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, também está presente em uma das bandejas localizadas ao lado do Estado; o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky; o embaixador dos Estados Unidos, Marc Stanley; e o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, entre outros.
Da mesma forma, a juíza federal de San Isidro Sandra Arroyo Salgado foi localizada em um dos camarotes junto com suas duas filhas.
Também estarão presentes o chefe do Governo de Buenos Aires, Jorge Macri; os governadores de Entre Ríos, Rogelio Frigerio; de Mendoza, Alfredo Cornejo; e de Buenos Aires, Axel Kicillof; ex-presidente Eduardo Duhalde, representantes do Poder Judiciário e membros do corpo diplomático.
Entre os ministros designados estão a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino; a Ministra do Capital Humano, Sandra Pettvello; o Ministro do Interior, Guillermo Francos; e o Chefe de Gabinete, Nicolás Posse, entre outros.
Da mesma forma, Zulemita Menem, prima do presidente da Câmara dos Deputados, Martín Menem, foi localizada em outro dos camarotes.
Aos 53 anos, o líder libertário alcançou o cargo de primeiro-ministro após uma carreira política meteórica que começou há apenas dois anos, quando foi eleito deputado nacional pela força que criou, La Libertad Avanza (LLA).
Milei foi a candidato mais votado nas primárias de agosto com 29,86% dos votos; Depois, nas eleições de outubro ficou em segundo lugar com quase 30% e no segundo turno de novembro venceu com 55% dos votos, 11 pontos acima do candidato oficial Sergio Massa.
Com um discurso centrado na luta contra a "casta", na redução de impostos e na reforma do Estado simbolizada na figura da "motosserra" com que fez campanha, Milei tomará posse perante um Congresso no qual deverá procurar – a partir de segunda-feira – construir maiorias que lhe permitam aprovar um pacote de leis que considera fundamentais para a sua gestão, e para as quais convocará sessões extraordinárias durante o verão.
Um diferencial substancial do dia será a ausência de mensagem aos legisladores reunidos no Congresso: após a posse, o Presidente sairá para a escadaria do prédio e de lá fará seu primeiro discurso, diante do que ele espera que haja uma multidão de seguidores.
Gazeta Brasil