Durante a COP28 em Dubai, o presidente brasileiro Lula se mostrou visivelmente insatisfeito com o fracasso em estabelecer um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, culpando a França e outros países ricos como principais obstáculos. "Se não tiver acordo, paciência. Não foi por falta de vontade. Mas a única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil. E que não digam mais que [o acordo] não saiu por conta da América do Sul. Assumam a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão", declarou Lula, em uma entrevista coletiva que marcou o fim de sua participação no evento.
Lula reagiu às ações do presidente francês Emmanuel Macron, que durante a conferência demonstrou influência do lobby agrícola francês e europeu nas decisões ambientais. Macron defendeu a necessidade de contrapartidas ambientais por parte do Brasil, apesar de a França continuar a contribuir para o aquecimento global com a queima de carvão. Lula apontou a França como o principal entrave ao acordo Mercosul-UE, atribuindo a resistência francesa à proteção de seus pequenos produtores agrícolas.
O presidente brasileiro também criticou a postura de Macron, que propôs a renovação do acordo, defendendo o triplo aumento da energia nuclear até 2030 para reduzir a dependência do carvão, enquanto acusava o setor agrícola brasileiro de não cumprir as exigências ambientais. Essas declarações de Lula destacam as complexidades e os desafios na busca por acordos comerciais internacionais equilibrados e ecologicamente responsáveis.
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