O superávit primário, que reflete o saldo positivo das contas do governo sem os juros da dívida pública, é tradicionalmente mais alto em outubro devido ao pagamento trimestral de tributos pelas instituições financeiras. Apesar da queda, o superávit de outubro deste ano foi o quarto maior da história em termos nominais e o oitavo maior em valores reais. O recorde para outubro foi registrado em 2016, impulsionado pela repatriação de recursos do exterior.
Contrariando as expectativas do mercado, que previam um superávit de R$ 17 bilhões, o resultado foi ligeiramente superior. Com isso, o Governo Central acumula um déficit primário de R$ 75,09 bilhões em 2023, o terceiro maior déficit acumulado em valores nominais e o sexto maior em termos reais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote em janeiro para aumentar a arrecadação e revisar gastos, visando reduzir o déficit para cerca de R$ 100 bilhões neste ano. A previsão oficial de déficit primário está em R$ 177,4 bilhões, podendo chegar a R$ 203,4 bilhões segundo a metodologia do Banco Central.
As receitas aumentaram em outubro, mas as despesas cresceram mais devido a gastos com o Bolsa Família e Previdência Social. As receitas líquidas subiram 5,5% em valores nominais, mas as despesas totais aumentaram 15,4% no mesmo período. A queda nas receitas não-administradas e o aumento nos gastos sociais e com a Previdência influenciaram o resultado.
Os investimentos do governo federal também mostraram crescimento, alcançando R$ 51,01 bilhões nos primeiros dez meses do ano, um aumento de 53,9% acima do IPCA em relação a 2022. Este incremento é atribuído ao fluxo variável no ritmo de obras públicas.
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