Israel e o Hamas concordaram em estender uma trégua temporária na Faixa de Gaza por mais dois dias, conforme confirmado pelo Catar e pelos EUA. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, anunciou na noite de segunda-feira que ambas as partes chegaram a um acordo para prolongar a pausa por mais dois dias.
A extensão da trégua visa fornecer ajuda adicional à Faixa de Gaza e liberar o maior número possível de reféns e prisioneiros, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Catar. O representante das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, enfatizou que a extensão não é definitiva, destacando as negociações contínuas através de mediadores.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, informou que o Hamas acordado em liberar 20 reféns durante os dois dias, e os esforços estão em andamento para prolongar ainda mais a pausa. O Hamas, em comunicado, afirmou concordar em manter a suspensão dos combates com as mesmas condições da trégua anterior.
Sob o acordo original, que expiraria na manhã de terça-feira, Israel suspendeu os bombardeios em Gaza por quatro dias e foi liberado em libertar três prisioneiros de segurança palestinos para cada um dos 50 reféns de Gaza liberados. Desde sexta-feira, 39 israelenses e 117 palestinos foram libertados.
As negociações lideradas pelo Catar também resultaram na libertação de 17 tailandeses, um filipino e um cidadão com dupla nacionalidade russo-israelense pelo Hamas.
As autoridades egípcias mencionaram a possibilidade de uma prorrogação de quatro dias, mas isso foi complicado pela violência na Cisjordânia. A notícia da extensão alimenta as esperanças das famílias de aproximadamente 175 israelenses e estrangeiros ainda detidos em Gaza.
O acordo de extensão ocorreu após Israel hesitar inicialmente na seleção de reféns para liberação, levantando temores de um possível cancelamento do pacto. O presidente dos EUA, Joe Biden, discutiu a extensão da pausa em uma ligação com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no domingo.
Israel indicou disposição para estender a trégua desde que pelo menos 10 reféns sejam libertados diariamente, mantendo a possibilidade de continuar a libertação de prisioneiros palestinos. No entanto, Jerusalém resistiu aos apelos por um cessar-fogo duradouro, reiterando a intenção de retomar suas operações caso o Hamas não concorde com novas libertações de reféns.
Eylon Levy, porta-voz do governo, afirmou que Israel retomará suas operações com "força total" caso o acordo atual expire sem novos compromissos do Hamas. A ONU relatou um aumento nas entregas humanitárias durante a trégua, mas ainda atende às necessidades de Gaza. Amani Taha, uma viúva e mãe de três filhos, destacou a escassez de alimentos mesmo durante a pausa, refletindo a preocupação generalizada com o possível retorno da guerra.
Fonte: Gazeta Brasil