Luciane Barbosa Farias, conhecida como a "dama do tráfico amazonense", reuniu-se com assessores do Ministério da Justiça em março e maio deste ano. Ela se apresentou como representante da Associação Liberdade do Amazonas, uma organização não governamental (ONG) que, segundo um inquérito sigiloso da Polícia Civil do Amazonas, lava dinheiro para o Comando Vermelho. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.
Luciane Barbosa de Freitas foi condenada a dez anos de prisão por desempenhar um papel essencial na ocultação de valores do tráfico, segundo o Ministério Público. Enquanto seu marido coordenava as negociações criminosas, Luciane é acusada de acobertar, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando empresas laranjas.
A Associação Liberdade do Amazonas, fundada no ano passado sob a justificativa de defender os direitos dos presos, é apontada pela polícia como uma entidade criada pelos criminosos para atender suas próprias necessidades, com o verdadeiro propósito de "perpetuar a existência da facção criminosa e obter capital político para negociações com o Estado".
Luciane Barbosa Farias, por meio de nota, negou qualquer ligação com facções criminosas e alegou ser vítima de discriminação por ser esposa de um detento. Ela destacou que responde a um processo, no qual foi absolvida em primeira instância, e continua recorrendo, ressaltando que no Brasil uma pessoa só pode ser considerada criminosa após o trânsito em julgado.
Entenda o caso: Nesta segunda-feira, o jornal "O Estado de S.Paulo" revelou que Luciane Barbosa Farias, a "dama do tráfico amazonense", esteve no Ministério da Justiça em duas agendas com secretários de Dino. Ela é mulher de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no Amazonas, que cumpre pena de 31 anos no presídio de Tefé, no estado. Luciane também foi condenada a dez anos, mas responde em liberdade.
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), respondeu afirmando que nunca recebeu líderes de facção em seu gabinete. Ele declarou: "Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete. Sobre a audiência, em outro local, sem o meu conhecimento ou presença, vejam a história verdadeira no Twitter do Elias Vaz (secretário do ministério). Lendo lá, verificarão que não é o que estão dizendo por conta de vil politicagem". O secretário de Assuntos Legislativos no ministério, Elias Vaz, informou que em 14 de março recebeu um pedido de audiência da ex-deputada estadual Janira Rocha. Dois dias depois, em 16 de março, Janira teria ido à pasta e levado Luciane como sua acompanhante. Vaz afirmou: "Ela se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas".
Fonte: Créditos: Gazeta Brasil