No meio da incursão terrestre na Faixa de Gaza, o Exército israelense está tentando gerenciar cuidadosamente os corredores humanitários para evitar que os terroristas do Hamas se aproveitem deles. É por isso que as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão usando novos métodos para garantir que os militantes palestinos não se infiltrem nos milhares de pessoas que estão sendo evacuadas do norte do enclave.
"Levamos tudo em consideração. Em primeiro lugar, queremos que todos os palestinos [não combatentes] deixem a Cidade de Gaza. Isso é importante para que tenhamos liberdade de ação contra o Hamas. Não queremos prejudicá-los", disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, em comunicado.
E acrescentou: "Temos métodos para garantir que quem sai é quem deveria sair".
Gallant também reiterou que os civis "que não vão para o sul de Gaza estão se colocando em perigo".
O Times of Israel relata que um repórter observou que soldados das FDI em Gaza foram vistos falando em hebraico com pessoas que evacuavam o norte de Gaza na quinta-feira, devido à possibilidade de os reféns estarem sendo transferidos por seus captores do Hamas através do corredor humanitário.
O ministro da Defesa, no entanto, não forneceu detalhes sobre os métodos que as forças israelenses estão usando para impedir que os terroristas se aproveitem dos corredores.
Em sua declaração, Gallant reiterou que as FDI não deixarão de lutar contra o Hamas em Gaza até que as 239 pessoas sequestradas que permanecem cativas no enclave palestino sejam libertadas.
"Não vamos parar os combates até recuperá-los. Que pai deixa de procurar pelos filhos? Eu os vejo como meus próprios filhos", observou ele.
Em relação à complexa missão militar que o Exército está realizando, destacou a dificuldade de operar nos túneis terroristas do Hamas devido à possibilidade de ferir os reféns que aí possam estar. Por isso, afirmou que a liderança militar está desenvolvendo novos métodos e trabalhando em soluções, uma vez que muitos combates estão sendo travados naquelas passagens subterrâneas.
Segundo Gallant, as operações de Israel "vão melhorar nos próximos dias".
Ele prometeu, por sua vez, que o Exército eliminará todos os terroristas que participaram nos massacres de 7 de outubro no sul de Israel, não importa quanto tempo leve, "até anos, se necessário".
Em sua declaração, disse que a atual guerra em Gaza "é a mais justificada que Israel travou" em seus 75 anos de independência, e afirmou: "É uma luta contra o mal, contra aqueles que queriam exibir publicamente os assassinatos para expulsar-nos da nossa terra".
Entretanto, Daniel Hagari, porta-voz das FDI, garantiu que Israel continuará a intensificar suas operações terrestres em Gaza. "Chegaremos a cada vez mais redutos do Hamas", alertou.
Ele também comentou que as pessoas que usam a rota humanitária para ir para o sul "veem que o Hamas perdeu o controle no norte de Gaza e que o sul está mais seguro".
Esta quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram que Israel vai começar a aplicar pausas de quatro horas no norte de Gaza. "Os israelenses nos informaram que não haverá operações militares nestas áreas enquanto durar a pausa e que este processo começa hoje", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Este anúncio surge depois de o presidente Joe Biden ter pedido ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que implementasse pausas diárias durante uma conversa telefônica entre os líderes na última segunda-feira.
Esta quinta-feira, uma fonte com conhecimento da reunião informou à agência Reuters que os chefes da CIA e da Mossad – William Burns e David Barnea – reuniram-se em Doha, onde vivem vários altos responsáveis do Hamas, com o primeiro-ministro do Qatar para discutir os termos de um possível acordo para a libertação dos reféns e uma pausa nos combates entre o Hamas e Israel.
Fonte: Gazeta Brasil