A expectativa do mercado financeiro em relação ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nos terceiro e quarto trimestres do ano sofreu uma queda, refletindo a decepção com os recentes indicadores econômicos. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central, registrou uma queda de 0,77% em agosto, superando a expectativa dos analistas, que projetavam uma redução de 0,6%. Além disso, houve surpresas desfavoráveis nos resultados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta semana, principalmente no setor de serviços e no varejo ampliado.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast com 30 instituições financeiras, a projeção média para o PIB no terceiro trimestre mudou de estabilidade (0,0%) para uma retração de 0,2%, representando uma revisão negativa em relação ao mês anterior. No caso do PIB do quarto trimestre, a projeção média também diminuiu, passando de estabilidade (0,0%) para uma queda de 0,1%. Se essas projeções se concretizarem, o país entrará em uma recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de contração da atividade econômica. A última vez que isso ocorreu foi no segundo trimestre de 2020.
Em resposta a esses dados, a G5 Partners reduziu sua previsão para o PIB do terceiro trimestre, passando de um crescimento de 0,1% para uma queda de 0,1%. O economista Pedro Crispim observa que a desaceleração para esse período já era esperada, mas os resultados, principalmente nos setores de serviços e varejo, mostraram uma fraqueza maior do que o previsto. Ele destaca também o enfraquecimento sazonal do setor agropecuário no segundo semestre, o que deve impactar a atividade econômica.
Fonte: Hora Brasilia