Câmara e Senado tĂȘm sessão conjunta agendada para esta quinta-feira (26), a partir das 10 horas, para analisar vetos presidenciais e projetos de lei. Dos 31 vetos em pauta, 27 jĂĄ ultrapassaram o prazo regular de 30 dias para apreciação e, por isso, tĂȘm prioridade obrigatória na pauta do Congresso.
Alguns desses vetos jĂĄ foram votados parcialmente, faltando a deliberação de dispositivos pendentes. HĂĄ vetos de 2021, 2022 e 2023, e quatro deles são vetos totais.
Cada veto presidencial pode ser rejeitado, no total ou em parte, durante a sessão. Para isso, é preciso obter maioria absoluta de votos, ou seja, pelo menos 257 votos de deputados e 41 votos de senadores. Caso não alcance essa votação, o veto é mantido.
Entre os itens em pauta, estĂĄ o veto à norma que amplia as atividades financiĂĄveis com dinheiro do Fundo Geral de Turismo (Fungetur). A Lei do Novo Fungetur foi sancionada com vĂĄrios dispositivos vetados, entre eles o que possibilitava à Embratur receber recursos não utilizados pela AgĂȘncia Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Parlamentares analisam ainda o veto à Lei 14514/22, que permitiu a atuação da iniciativa privada na pesquisa e lavra de minérios nucleares. Em termos gerais, o veto incide sobre dispositivos que tratam da AgĂȘncia Nacional de Mineração e do Fundo Nacional de Mineração.
São quatro vetos totais em pauta. O veto que impediu a sanção do PLC 184/17, que permite aos estudantes da zona rural dividir seus meses de ensino entre aulas teóricas na escola e atividades prĂĄticas no campo. De acordo com as justificativas para o veto, a matéria seria inconstitucional e contrĂĄria ao interesse público, por considerar essa opção apenas para as "escolas de campo".
O veto ao PLC 23/16, que estabelece a ampliação dos direitos de deficientes com surdez de apenas um lado. O projeto havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados em 2015 e foi aprovado pelo Senado em 2022.
O veto que impediu a transformação em lei do PLS 332/11, que assegura o pagamento de pensão especial vitalícia, no valor de dois salĂĄrios mínimos mensais, aos ex-integrantes da tropa brasileira conhecida como Batalhão Suez.
Os combatentes fizeram parte da Força Internacional de EmergĂȘncia, constituída mediante Resolução da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) de 7 de novembro de 1956 com o objetivo de manter a paz e a segurança internacional na região compreendida entre o Canal de Suez e a linha de armistício entre Israel e Egito.
HĂĄ ainda o veto total ao PL 2108/19, que prevĂȘ o fornecimento obrigatório de uniforme escolar na educação bĂĄsica pública.
O Congresso deve analisar também vetos do atual governo do presidente Lula. Na Lei 14530/23, que facilita a localização de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), foi vetado um artigo determinando que, na ausĂȘncia de doador compatível, e caso constatado o falecimento de outros doadores, os hemocentros ou o Redome poderiam contatar irmãos de doadores falecidos para verificar se teriam interesse em se cadastrarem, possibilitada a obtenção de seus nomes e dados cadastrais por requerimento.
O Ministério da Saúde alega que o poder de obtenção de dados pessoais de terceiros seria amplo e irrestrito nesses casos, o que contraria a proteção de dados prevista na Constituição.
Outro veto é o que permitiria ao governo reduzir ou isentar os tributos incidentes sobre protetores solares, por meio da Lei 14539/23 , que instituiu a Campanha Nacional de Prevenção da Exposição Indevida ao Sol, a ser veiculada anualmente nos meios de comunicação durante as férias escolares.
A Lei Geral do Esporte recebeu veto que atingiu mais de 300 dispositivos do PLS 68/17. Os dispositivos que revogam totalmente a Lei Pelé e a Lei de Incentivo ao Esporte foram alvos de veto presidencial.
Um dos dispositivos rejeitados pelo presidente foi justamente o ponto que gerou mais polĂȘmica durante a tramitação da matéria no Congresso Nacional: a flexibilização da clĂĄusula compensatória de atletas em contratos de trabalho. O trecho vetado permite a flexibilização da clĂĄusula compensatória caso o atleta obtenha um novo contrato de trabalho.
A pauta do Congresso também inclui seis projetos de lei que abrem créditos adicionais para o Orçamento federal deste ano (PLNs). Entre eles, o PLN 21/23, que destina R$ 393 milhões para a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (HemobrĂĄs).
O PLN 14/23, por sua vez, abre crédito de R$ 25,9 milhões em favor dos ministérios da CiĂȘncia, Tecnologia e Inovações, do Desenvolvimento AgrĂĄrio e Agricultura Familiar, e das Mulheres.
Segundo a exposição de motivos do governo, R$ 21,5 milhões irão atender despesas relacionadas às atividades de manutenção e funcionamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). JĂĄ R$ 899 mil serão empregados no Incra, para o atendimento do compromisso assumido perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos na reparação às comunidades quilombolas de Alcântara (MA).
Os R$ 3,5 milhões restantes serão destinados à execução de políticas relacionadas às Secretarias Nacionais de Enfrentamento à ViolĂȘncia contra as Mulheres; de Autonomia Econômica; e de Articulação Institucional, Ações TemĂĄticas e Participação Política, todas subordinadas ao Ministério das Mulheres.
Fonte: *Com informações de AgĂȘncia Câmara de NotĂcias