A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA propôs proibir o uso de formaldeído em alisadores de cabelo, devido a preocupações sobre sua ligação com problemas respiratórios e certos tipos de câncer.

Atualmente, a FDA apenas desaconselha o uso desses produtos, que são normalmente usados por mulheres afro-americanas. Pesquisas recentes ajudaram a aumentar a conscientização sobre os perigos potenciais do uso de relaxantes químicos para o cabelo.

"Sabemos que esses produtos são muito mal regulamentados pelo governo federal em termos de seus ingredientes", disse Kimberly Bertrand, professora associada de medicina na Escola de Medicina da Universidade de Boston e autora principal de um estudo publicado recentemente sobre os perigos dos alisadores. "Você não pode olhar o rótulo de um ingrediente e saber que ele contém esses desreguladores endócrinos. Eles não listam ftalatos e parabenos na caixa, dizem fragrância e conservante. Portanto, as mulheres não sabem realmente a que estão sendo expostas."

A pesquisa, baseada em dados do Estudo de Saúde das Mulheres Afro-Americanas da Universidade de Boston, que começou em 1995 e acompanha a saúde de 59.000 mulheres afro-americanas, mostrou que as mulheres afro-americanas na pós-menopausa que usaram alisadores químicos de cabelo tinham um risco maior de desenvolver câncer uterino.

Outro estudo publicado recentemente pelo American Journal of Epidemiology descobriu menor fertilidade em usuários atuais e antigos de alisadores de cabelo. As mulheres que usaram produtos químicos para alisamento de cabelo mais de quatro vezes no ano anterior tiveram duas vezes mais chances de desenvolver câncer uterino, de acordo com um estudo publicado no ano passado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA.

Várias empresas de cosméticos, incluindo Revlon e L"Oréal, também enfrentaram ações judiciais por alegações de que seus produtos de alisamento levaram mulheres afro-americanas a desenvolver câncer do útero e da mama, infertilidade e outros problemas de saúde.

O formaldeído é um gás incolor, inflamável e altamente tóxico. É utilizado em uma variedade de produtos domésticos, incluindo medicamentos e cosméticos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Está ligado à leucemia mieloide, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos EUA.

A FDA propôs estabelecer a proibição em abril.

Fonte: Créditos: Gazeta Brasil