No início do seu terceiro mandato, Lula se apressou a indicar um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A rĂĄpida passagem de Cristiano Zanin, seu advogado pessoal, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado não se refletiram nas indicações seguintes para a elite do JudiciĂĄrio — que ou estão na gaveta presidencial, ou nem tem a pressa em serem analisadas.
Nesta semana, mais uma se acumula no primeiro grupo: Laurita Vaz, ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde os anos FHC e que se tornou a primeira presidente mulher da Casa em 2016, se aposentou nesta quarta-feira (18), trĂȘs dias antes de completar 75 anos.
A nomeação ao STJ é mais intrincada e demorada que as da Suprema Corte: o presidente tem de indicar ao Senado um nome em uma lista tríplice, votada pela própria corte. Os dois nomes escolhidos em setembro, de Afrânio Vilela, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e Teodoro Santos, do Tribunal de Justiça do CearĂĄ, ainda não foram a sabatina na CCJ do Senado. E nem o governo tem pressa.
Ao mesmo tempo, essa lista de indicações pendentes só cresce: Lula ainda não indicou quem substituirĂĄ a ex-presidente do STF, Rosa Weber. Ele também não dĂĄ sinais sobre quem serĂĄ o oficial sucessor de Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Explica Wilson Lima, na Crusoé desta semana, que a operação tartaruga de Lula é uma estratégia real. "O presidente jĂĄ fez chegar a todo mundo a informação de que antes de 2024 não se deve esperar um final para a novela", escreveu.
Ao menos no caso do PGR, explica, "o motivo da demora é simples (e também constrangedor): Lula tem medo. EstĂĄ nas mãos do PGR pedir a abertura de um processo criminal contra o presidente. E o líder petista, que passou 580 dias na prisão entre 2017 e 2018, quer ter certeza absoluta de que não serĂĄ surpreendido por aquele que indicar. Nenhum dos nomes apresentados até agora ao seu escrutínio o deixou completamente à vontade. Por isso, ele adia a decisão. Integrantes do PalĂĄcio do Planalto são unânimes em afirmar que o petista não tem a menor pressa".
Fonte: Créditos: Crusoé.