A Justiça do Rio acatou o pedido do Ministério Público e irá processar o vereador Marcos Braz por lesão corporal em relação ao episódio de confronto com o torcedor do Flamengo, Leandro Gonçalves Júnior, ocorrido em um shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste, em 19 de setembro. A decisão foi tomada na última sexta-feira (20).
Além disso, a magistrada autorizou o arquivamento da ação penal na qual Leandro Gonçalves, o torcedor envolvido na briga, estava inicialmente apontado como autor de agressão e ameaças contra Braz. A juíza ordenou: "Considerando a impossibilidade de iniciar eficazmente uma ação penal, os crimes previstos nos artigos 129 e 147 do Código Penal, nos quais a vítima seria Marcos Teixeira Braz e o autor Leandro Gonçalves, serão arquivados."
Carlos André da Silva, que acompanhava Braz e se envolveu na briga, também foi alvo de uma ação pela juíza. Uma audiência de conciliação deverá ser marcada para tentar chegar a um acordo entre o dirigente do Flamengo e o torcedor.
Os pedidos do Ministério Público foram motivados pela análise das imagens capturadas pelas câmeras de segurança do shopping. Segundo o Ministério Público, as imagens mostram que Braz e Carlos perseguiram o torcedor pelos corredores do estabelecimento, com Marcos Braz desferindo um golpe na altura do pescoço, fazendo com que Leandro caísse. Posteriormente, o dirigente teria mordido Leandro na coxa direita.
O promotor Márcio Almeida Ribeiro da Silva destacou: "De forma simultânea, é possível observar chutes por parte do senhor Carlos André da Silva contra a cabeça e o corpo do senhor Leandro Gonçalves. Logo em seguida, enquanto a vítima Leandro ainda estava caída no chão, o senhor Marcos Braz desferiu chutes e socos contra ele."
De acordo com o MPRJ, "não há evidências concretas nos autos que indiquem envolvimento em atividades criminosas por parte de Leandro". Em uma entrevista coletiva, o torcedor alegou ser a vítima da situação.
Um laudo médico indicou que o torcedor sofreu uma mordida na virilha durante a briga. Marcos Braz também teve uma lesão no nariz. Contudo, o MP concluiu que a lesão de Braz ocorreu quando ele caiu sobre o agredido.
Em uma entrevista, o vereador e vice-presidente de futebol do Flamengo afirmou ter recebido ameaças de morte.
No entanto, o MPRJ argumenta que as imagens recolhidas não contêm gravações de áudio e que não existem testemunhas imparciais que possam comprovar que Leandro insultou e ameaçou Braz antes das agressões.
Fonte: Gazeta Brasil