O presidente russo, Vladimir Putin, criticou Israel por possíveis ataques terrestres contra a Faixa de Gaza, mas foi criticado por seu próprio histórico de crimes de guerra.
Putin disse que "baixas civis serão absolutamente inaceitáveis" e que o "principal é parar o derramamento de sangue". No entanto, ele é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra cometidos na Ucrânia, incluindo o bombardeio de áreas residenciais e o massacre de civis.
Os militares israelenses pediram a todos os civis na Cidade de Gaza, mais de um milhão de pessoas, que se mudassem para o sul dentro de 24 horas, enquanto construíam tanques antes de uma esperada invasão terrestre em resposta a um devastador ataque de fim de semana do grupo militante Hamas.
O chefe do Kremlin disse que o uso de armas pesadas em áreas residenciais estava "repleto de graves consequências para todas as partes".
"O uso de maquinaria pesada em áreas residenciais é uma questão complexa e repleta de consequências graves", disse Putin em declarações televisivas. "O mais importante é que as vítimas civis serão absolutamente inaceitáveis."
O Ministério da Defesa e as Forças de Defesa de Israel deram um prazo de 24 horas para evacuar 1,1 milhão de palestinos que estão na parte norte da Faixa de Gaza, governada de facto pelo Hamas.
"O Exército solicita a evacuação de todos os civis na Cidade de Gaza das suas casas no sul para sua segurança e proteção, e a sua transferência para a área ao sul de Wadi Gaza", informou um comunicado militar.
"A organização terrorista Hamas travou uma guerra contra o Estado de Israel e a Cidade de Gaza é uma área onde ocorrem operações militares. Esta evacuação é para sua própria segurança. Eles só poderão retornar à cidade quando for feito outro anúncio que o permita", acrescenta o texto.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, explicou ao portal de notícias Axios que o lado israelita deu o aviso "pouco antes da meia-noite (hora local)" e que os palestinos tiveram de se deslocar para o sul do enclave costeiro.
"Isso equivale a aproximadamente 1,1 milhão de pessoas. A mesma ordem aplica-se a todo o pessoal das Nações Unidas e aos que estão abrigados nas instalações da ONU, incluindo escolas, centros de saúde e clínicas", acrescentou.
Fonte: Gazeta Brasil