O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou na terça-feira (2) a criação de um dólar especial para exportadores de hidrocarbonetos da bacia de Vaca Muerta. O novo câmbio, denominado "dólar Vaca Muerta", terá uma taxa de conversão de 763 pesos por dólar americano, que é a taxa do mercado paralelo, ou "blue".
O "dólar Vaca Muerta" entrará em vigor em outubro e poderá durar até 60 dias. Durante esse período, o setor poderá liquidar 25% das exportações de gás e petróleo por meio dessa nova taxa de conversão.
A intenção da medida é atrair investimentos para o país e também ajudar a encerrar o cenário de incerteza do setor, que pode beneficiar a campanha de Sergio Massa, que é candidato à Presidência.
"Tomamos a decisão de reconhecer 25% do que (empresas de energia) exportam e trazem para a Argentina para investir usando o valor do CCL, para que aumentem os níveis de investimento nos próximos 60 dias no setor de petróleo e gás", afirmou Massa, em um evento ao lado de executivos da petrolífera estatal YPF.
O dólar "Vaca Muerta" deve ficar em vigor até 25 de outubro, três dias após a realização das eleições presidenciais, e pode ser estendido até 25 de novembro, dependendo dos resultados.
Massa acredita que a medida pode atrair até US$ 1,2 bilhão em receitas, o que ajudaria a aumentar as reservas do Banco Central e auxiliar na luta para controlar a inflação e o mercado paralelo do dólar.
A Argentina controla rigorosamente a taxa de câmbio oficial, uma vez que a taxa de inflação do país está acima de 124%. No entanto, o país permite que uma variedade de setores acessem taxas preferenciais em uma série confusa de controles cambiais.
Críticos alegam que esses controles distorcem as decisões econômicas e levam milhões a fugir da moeda local, cujo valor no mercado negro caiu mais da metade somente neste ano.
Fonte: Gazeta Brasil