Uma empresária baiana - que já tinha um histórico de violência - foi denunciada novamente à Polícia Civil, acusada de agredir a babá Aline Rodrigues de Brito, de 28 anos, em um prédio no bairro Stella Maris, em Salvador-BA. Ela foi agredida pela patroa , que lhe empurrou da escada e quebrou seu celular.
Após a divulgação do caso, pelo menos 11 outras mulheres denunciaram Melina Esteves França por agressões semelhantes. O caso é investigado pela 12ª Delegacia Territorial de Itapuã.
A babá acionou a polícia, mas quando a equipe chegou no local, a empresária Melina Esteves França já havia saído do imóvel sem levar as filhas.
Aline Rodrigues é natural de Nazaré, no recôncavo baiano, e chegou à capital 16 dias atrás, para cuidar de duas crianças. Ela não tinha carteira assinada, recebia um salário mínimo e só tinha direito a duas folgas ao mês.
De acordo com a vítima, a patroa lhe mandou uma mensagem mandando que ela fosse até um bar buscar uma das crianças, e teria ficado furiosa diante da negativa de Aline.
"Ela mandou mensagem para mim pedindo para eu ir no bar pegar a menina. Aí eu falei: 'dona Melina, eu sinto muito, mas o meu trabalho é aqui dentro de casa, cuidando das meninas dentro de casa. A senhora levou ela para o bar, então a senhora traga ela, que eu pego ela aqui no portão"", relatou a babá à TV Bahia.
Durante a agressão, Aline foi impedida de deixar o apartamento, mas chamou a polícia e conseguiu sair do imóvel e buscar ajuda na portaria do condomínio.
"Eu chamei a polícia, ela [Melina] veio, mandou mensagem para mim mandando eu enviar meu PIX, que ia mandar dinheiro para eu ir embora e mandou eu deixar a polícia para lá, mas eu disse que não, que eu ia chamar a polícia, porque é um direito meu e ela não tinha esse direito de me bater".
Em 2021, Melina Esteves França foi denunciada por Raiane Ribeiro, babá que pulou do terceiro andar para fugir da empresária Melina, que a agredia e mantinha em cárcere privado. Antes de pular, Raiane pediu ajuda aos familiares através de um áudio.
Ela fraturou o pé, mas teve alta médica no mesmo dia. Raiana trabalhava como babá na casa de Melina há uma semana, cuidando das filhas trigêmeas dela, de 1 ano e 9 meses. Ainda em agosto de 2021, Melina prestou depoimento por aproximadamente seis horas e foi vaiada pelos vizinhos ao voltar ao condomínio.
Em setembro, o Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação contra a empresária por submeter duas empregadas domésticas à condição de trabalho análogo à escravidão, fixando uma multa de R$ 300 mil em caso de descumprimento de ordens determinadas pelo TRT.
Melina não chegou a ser presa por ser mãe de crianças pequenas, mas a Justiça determinou que ela usasse tornozeleira eletrônica. No entanto, a babá Aline, vítima mais recente da empresária, afirma que quando começou a cuidar das crianças, Melina já não usava o equipamento.
Fonte: Ultimo Segundo