Um estudo publicado na revista Environmental Health Perspectives descobriu que usuários de maconha apresentam níveis elevados de metais pesados no sangue e na urina em comparação com não usuários.
O estudo, conduzido na Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Columbia, analisou dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES) de um grupo de mais de 7.200 participantes.
Os pesquisadores dividiram os participantes em cinco grupos: não-maconha/não-tabaco, maconha exclusiva, tabaco exclusivo e uso duplo de maconha e tabaco. Eles mediram cinco metais diferentes no sangue dos participantes e 16 na urina.
Os resultados mostraram que os usuários de maconha tinham níveis mais elevados de chumbo e cádmio no sangue e na urina do que os não usuários.
A autora do estudo, Katlyn McGraw, pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Ciências de Saúde Ambiental da Columbia Public Health, disse que os resultados indicam que a maconha é uma fonte de exposição a metais pesados.
"Como a planta de cannabis é um conhecido eliminador de metais, levantamos a hipótese de que os indivíduos que usam maconha terão níveis mais elevados de biomarcadores metálicos em comparação com aqueles que não usam", disse McGraw.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, não existe um nível saudável de concentração de chumbo, especialmente para crianças. O chumbo pode causar deficiência intelectual permanente, distúrbios comportamentais e até a morte. A organização também considera o cádmio um carcinógeno humano que pode criar efeitos tóxicos nos rins, no sistema esquelético e respiratório.
"No futuro, pesquisas sobre o uso de cannabis e seus contaminantes, especialmente metais, devem ser conduzidas para abordar preocupações de saúde pública relacionadas ao número crescente de usuários de cannabis", disse a autora sênior do estudo, Tiffany R. Sanchez, professora assistente de ciências de saúde ambiental na Columbia Public Health.
Gazeta Brasil