A inteligência artificial (IA) está transformando rapidamente o mundo do trabalho. Um estudo recente da IBM, empresa pioneira em tecnologia, estima que 1,4 bilhão de trabalhadores em todo o mundo precisarão de requalificação nos próximos três anos para se adaptarem às novas tecnologias.
O estudo, realizado com base em pesquisas com 3.000 executivos de alto nível e 21.000 trabalhadores de 28 países, concluiu que os cargos de nível inicial serão os mais afetados pela IA. Os executivos entrevistados acreditam que 77% desses cargos já estão sentindo os efeitos da IA e que essa tendência vai se intensificar nos próximos dois anos.
Conforme o estudo conduzido pelo IBM Institute for Business Value (IBV), que se baseou em pesquisas com executivos e trabalhadores, 4 em cada 10 funcionários (cerca de 1,4 mil milhões de pessoas) precisarão de requalificação em decorrência da aplicação da IA. No entanto, se conseguirem se ajustar às transformações e receberem a formação adequada, poderão manter seus empregos. Embora todos os níveis de funcionários serão afetados, os de nível inicial enfrentarão maior vulnerabilidade, com 77% dos executivos apontando que cargos iniciais já sentem os efeitos da IA, número que cai para 22% nos cargos executivos.
Divergindo de estimativas anteriores que previam perda massiva de empregos, o estudo da IBM sugere que a requalificação permitirá a preservação dos empregos, demandando trabalhadores mais habilidosos. No entanto, preocupações persistem; o Fórum Econômico Mundial projeta que a revolução da IA perturbará 85 milhões de empregos nos próximos dois anos e criará 97 milhões de novos. Além disso, 44% das habilidades dos trabalhadores mudarão entre 2023 e 2025, conforme a previsão do fórum.
A pesquisa também revela que aqueles que se requalificam para lidar com as novas tecnologias têm mais chances de manter empregos e obter melhores salários. As competências STEM, antes consideradas cruciais, cederam espaço para habilidades como gestão de tempo, trabalho em equipe e comunicação eficaz. Apesar do otimismo dos empresários, autoridades, como Oliver Dowden do Reino Unido, alertam sobre o impacto acelerado e amplo da IA.
Outros estudos destacam aspectos adversos, como o estresse e ansiedade entre trabalhadores diante de perdas de emprego, levando a busca por medicamentos ou alcoolismo. Em última análise, a IA não substituirá pessoas, mas as que não se adaptarem à IA serão substituídas por aquelas que se ajustarem a ela. Ironicamente, a própria IBM, uma pioneira em IA, confirmou a redução na contratação de empregos que podem ser automatizados pela tecnologia.
Fonte: Gazeta Brasil