O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira (17) que o governo trabalha com a possibilidade de o apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal na última terça-feira (15) ter sido causado por ação humana. A falha no fornecimento de energia elétrica afetou cerca de 29 milhões de brasileiros. O governo ainda não conseguiu esclarecer as causas específicas do episódio.
A declaração de Dino foi dada nesta quinta-feira (17) a jornalistas antes da 1ª reunião do Conselho de Governança da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla).
"Na medida em que não há uma explicação técnica e objetiva demonstrada, se abre um cardápio de possibilidades, entre as quais a de ação humana. E, aí, tem outra derivação: uma ação humana intencional ou uma ação humana, eventualmente, por negligência, imperícia ou imprudência", disse Flávio Dino.
Na noite desta quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o apagão começou em uma linha da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), ligada à Eletrobras, em Quixadá (CE). De acordo com Albuquerque, a própria companhia admitiu que houve falha sistêmica.
Albuquerque disse que, isoladamente, a ocorrência na linha cearense não seria capaz de causar a suspensão de energia generalizada. As autoridades técnicas responsáveis estudam outros eventos ocorridos após o ponto inicial. Segundo o ministro, houve, "com certeza", mais de um evento.
Albuquerque declarou que as investigações não descartam eventuais falhas humanas. "O ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico] não tem como apontar uma causa específica conjuntural que justifique tal incidente. Temos o dever de ofício de trabalhar com todas as hipóteses", explicou.
O governo federal ainda não divulgou um relatório final sobre as causas do apagão. A investigação está sendo conduzida pelo ONS, pela Chesf e pela Eletrobras.
Fonte: Gazeta Brasil