Em menos de 48 horas, o Equador presenciou dois momentos chocantes que têm levantado preocupações sobre a segurança nas eleições. Fernando Villavicencio, jornalista e candidato à presidência, foi m0rto a tiros, resultando em um decreto de estado de exceção em todo o país. Em sequência, a candidata a deputada Estefany Puente Castro foi alvo de um ataque a tiros na cidade de Quevedo, Los Rios.
Nas redes sociais, imagens mostram o veículo da campanha de Estefany com o para-brisa avariado. A candidata confirmou o incidente em um post: "Hoje, fui vítima da delinquência contra minha integridade".
Pesquisas indicam que o medo da vi0lência é uma das principais preocupações dos eleitores equatorianos. Os índices de criminalidade, conforme noticiado pela imprensa local, estão em ascensão.
O ataque a Villavicencio ocorreu em Quito, onde foi alvejado por homens armados. O incidente também deixou ao menos nove feridos, incluindo um candidato a deputado e três seguranças do presidenciável.
Especialistas apontam a tensão no Equador como um reflexo da expansão do crime organizado. O país é estrategicamente situado entre Colômbia e Peru, grandes produtores de c0caína, tornando-o um ponto chave para a distribuição de drogas.
Maria Villarreal, professora de Relações Internacionais da UFRRJ, declarou: "O Equador era considerado uma ilha de paz, o segundo país mais seguro da América Latina até 2017. No entanto, as políticas de segurança foram desestruturadas nos últimos governos, resultando em uma crise no setor". Villarreal destaca que facções mexicanas e albanesas agora operam no Equador.
"O Equador, historicamente um país de trânsito de drogas, tornou-se um centro de distribuição, armazenamento e negociação", afirmou a professora Flávia Loss de Araújo, destacando a presença do cartel Sinaloa no país.
Diante desses episódios, Araújo ressalta: "Quem sai perdendo é a democracia equatoriana, já debilitada, assim como a situação política e econômica do país."
Fonte: Hora Brasilia