Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), está com gastrite enantematosa, tipo de inflamação que afeta a mucosa que recobre o estômago. É o que apontam os resultados dos exames do chefe da maior organização criminosa do país, realizados no Hospital Regional do Gama (HRG), na manhã da última sexta-feira (4/8).
A coluna teve acesso exclusivo ao laudo. Os médicos fizeram uma endoscopia e analisaram o esôfago, o estômago e o duodeno — que forma, junto com o jejuno e o íleo, o intestino delgado — de Marcola. O resultado mostra que o chefe do PCC, preso desde julho de 1999, apresentou normalidade em suas funções renais.
Apenas no estômago, o exame detectou a gastrite enantematosa de leve intensidade, com algumas erosões elevadas. O laudo apresentado revela que se trata de uma bactéria que consegue colonizar o intestino e pode causar irritação e inflamação no local.
Ainda, a gastrite enantematosa pode ser causada pelo uso prolongado ou incorreto de determinados medicamentos, como corticoides e anti-inflamatórios.
Veja imagens de Marcola durante a ida ao Hospital Regional do Gama:
Procurado pela coluna, o advogado Bruno Ferullo afirmou que Marcola passou por exames de sangue e fez uma endoscopia. Os procedimentos já estavam programados. O profissional também contou que o cliente está bem de saúde. "Sem adentrar ao mérito do resultado do exame – até porque a defesa técnica ainda não teve acesso –, esse tipo de informação confidencial jamais poderia ter sido divulgada, por força de proteção constitucional. Abomino qualquer ato de espetacularização do quadro clínico de Marco Willians Herbas Camacho", disse.
Em 2020, um comboio do Sistema Penitenciário Federal parou a área central de Brasília para conduzir o criminoso ao Hospital de Base (HBDF). À época, o preso chegou e saiu de helicóptero. Na ocasião, fez exames programados.
Transferência
Marcola voltou à Penitenciária Federal em Brasília em 25 de janeiro deste ano. A transferência ocorreu por autorização do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que comentou se tratar de medida para prevenção contra "um suposto plano de fuga ou resgate".
Até então, o criminoso estava na penitenciária de Porto Velho, em Rondônia. A mudança ocorreu sob forte esquema de segurança, em operação especial da Secretaria Nacional de Política Penais.
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