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SP: Médico que guardava 63 kg de cocaína alega à Justiça ser inimputável por vício na droga

Ele tenta provar que não pode responder por seus atos. A polícia alega que o ortopedista tem ligação com o PCC e já lavou dinheiro para lavar dinheiro para André do Rap

Por Redação 27/07/2023 às 18:11:41

Reprodução

A Justiça de São Paulo aceitou uma denúncia contra o médico ortopedista Alexandre Pedroso Ribeiro, que foi flagrado com 63 kg de cocaína em outubro de 2021 em seu apartamento, em uma condomínio de luxo no Guarujá, no litoral de São Paulo (SP).

Na ocasião, Pedroso alegou que a droga seria para consumo próprio. De acordo com o MP-SP, a droga encontrada foi avaliada em R$ 7,5 milhões.

Ainda de acordo com o MP, a cocaína é em tanta quantidade, que equivale ao que se estima ser consumido na região da cidade de Santos, no litoral de São Paulo.

Alexandre Pedroso Ribeiro, de 55 anos, está preso em Presidente Venceslau desde maio de 2022.

O ortopedista também é acusado de facilitar o assassinato do paciente Gilianderson dos Santos, em um hospital no litoral de São Paulo a mando do PCC.

Pedroso também é suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro do megatraficante André do Rap, um dos líderes do PCC e que está foragido.

O médico tenta provar na Justiça que é inimputável e não pode responder por seus atos.

Pedroso alega ser viciado em cocaína desde 2018, quando viajou à Rússia para assistir a Copa do Mundo, e que desenvolveu "transtorno mental" em decorrência da droga.

Um laudo médico apresentado pela defesa do médico afirma que "o paciente tem histórico de transtorno por uso de cocaína". "Ao longo dos anos, foi aumentando progressivamente o consumo, que passou a ser diário e em doses cada vez maiores, chegando até a 20g em um dia", de acordo com o documento.

"Há presença de ideias delirantes, autorreferência, persecutoriedade. Ideação suicida presente, no momento, sem planejamento expresso. Sem sinais sugestivos de alterações sensoperceptivas. Hipobúlico, hipopragmático. Crítica da morbidez reduzida", afirma o laudo.

Em resposta, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirmou que, para ser comprovada a imputabilidade, é preciso comprovar que a dependência química impediu que o suspeito compreendesse o caráter ilícito de sua conduta.

De acordo com o Ministério Público, esse não foi o caso de Alexandre Pedroso Ribeiro.

"O volume da droga apreendido é avaliado em, aproximadamente, R$ 7.560.000,00, o que indica que os entorpecentes apreendidos não seriam consumidos por apenas uma pessoa, mas sim utilizados para abastecer o comércio de drogas em toda a baixada santista", afirmou um promotor do caso.

A droga apreendida com Pedroso estava armazenada em tablets, "o que aponta que seria comercializada, não destinado ao uso de apenas uma pessoa, como o acusado pretende fazer crer".

O MP-SP também afirma que o ortopedista deixou de comparecer perante a autoridade policial para prestar depoimento sobre o caso.

Pedroso só foi encontrado após a morte de Gilianderson no Hospital Santo Amaro, no Guarujá. O homem havia sido internado dois dias antes após levar um tiro nas costas.

De acordo com colegas, Pedroso, que não estava de plantão no dia, pressionou para que o paciente tivesse alta.

De acordo com a Polícia Civil, Alexandre Pedroso Ribeiro tem ligação com o PCC. Integrantes da facção criminosa frequentavam a casa do médico, segundo a corporação.

Ainda segundo a Polícia Civil, Ribeiro também foi acusado de lavar dinheiro para os narcotraficantes André do Rap e Wagner Ferreira da Silva, o "Cabelo Duro", que foi morto em fevereiro de 2018 durante guerra interna da facção criminosa.

Fonte: Gazeta Brasil

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