Felipe Prior, ex-participante do programa BBB, foi condenado a seis anos de prisão por estupro, com regime inicial semiaberto. No programa Fantástico, a vítima relatou os detalhes do crime.
Em agosto de 2014, quando estudavam arquitetura na mesma universidade e moravam na zona norte de São Paulo, Prior e a vítima se conheceram por meio de uma amiga em comum. Combinaram um esquema de caronas por estarem "próximos" geograficamente.
No dia do crime, após uma festa na USP (Universidade de São Paulo), Prior ofereceu carona à vítima e sua amiga. Ele deixou a amiga em casa e, ao retornar, teria estuprado a jovem no banco de trás do carro. As acusações foram feitas pelo Ministério Público.
"Sempre vai ser uma ferida aberta. Infelizmente ela faz parte da minha história, e o que posso fazer com ela hoje é mostrar para o mundo que nenhuma mulher merece ter uma ferida dessas. Eu posso ajudar as outras mulheres a terem coragem de se posicionar, porque isso precisa parar", afirmou.
"À medida que as coisas iam acontecendo , ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: "Felipe, eu não quero, não quero". Comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo, começava a me segurar pelos braços, pela cintura, proferiu umas frases muito Ele começou a falar pra eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era hora de falar que não, e começou a forçar penetração", continuou a vítima.
"Quantas vezes eu preciso falar "não" para a pessoa entender que ela está me machucando? Que está me violentando? E ele é muito mais forte que eu. Eu não tinha como sair dessa situação. Foi bem doloroso. Eu gritei, começou a sair muito sangue. Foi o susto que ele teve que levar para parar a situação, porque fez uma poça de sangue no carro dele, nele, ele perguntou se eu queria ir para o hospital, aí eu falei que "não", que eu só queria ir para minha casa", relatou.
"Quando eu cheguei na minha casa eu fui direto para o banheiro, fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar, e aí ela deu uma olhada no machucado, levantou e falou "a gente vai para o hospital", contou.
No hospital, a médica constatou que houve uma laceração de grau 1 compatível com penetração. A médica teria perguntado o que havia acontecido, mas ela explicou que não quis falar. Após o estupro, Felipe Prior mandou mensagem para saber como ela estava, e a vítima disse que estava machucada, que "havia feito ferida" e pediu para que ele não contasse o ocorrido a ninguém.
"Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem, me enxergassem e pensassem nisso", disse a vítima.
"Eu não me via assim. Fui escondendo de mim mesma, fui evitando lidar com essa situação. Eu achava que ia conseguir apagar isso da minha vida e seguir em frente como se nada tivesse acontecido, mas isso não aconteceu. Eu tive crise de pânico, crise de ansiedade, agravaram muito mais a minha situação psicológica", contou a mulher.
"Vi o rosto dele pela primeira vez em muitos anos. Eu só decidi denunciar tudo o que aconteceu depois que eu comecei a receber das minhas amigas prints de tweets de outras mulheres falando que tinham sido abusadas e violentadas por ele.".
O diz q defesa do ex-BBB:
"A defesa e o próprio Felipe seguem plenamente confiantes no Poder Judiciário brasileiro e, assim, na reforma de sua injusta condenação, visto que restou patentemente demonstrada a inocência de Felipe pelas provas apresentadas no bojo processual, que, lamentavelmente, vêm sendo ventiladas de forma deturpada e em desrespeito ao segredo de justiça decretado em relação à tramitação processual – fato este que, também, será objeto das providências legais pertinentes.
Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, sua defesa informa que, no momento oportuno e através de alguns veículos, Felipe se manifestará esclarecendo os fatos distorcidos e inverídicos apresentados como resposta para os demais veículos de comunicação."
Fonte: Gazeta Brasil