Cozinheiras e copeiras do Hospital de Base, em Brasília, entraram em greve na segunda-feira (10), em meio a reclamações de salários atrasados. Testemunhas relataram falta de comida no hospital, deixando pacientes e funcionários sem refeições.
Um dos pacientes afetados é Paulo Henrique Leandro de Oliveira, de 30 anos, um mecânico de aeronaves que deu entrada na unidade no domingo (09) após um acidente de moto. Ele e outros pacientes enfrentaram escassez de alimentos e água.
Os trabalhadores começaram a greve depois de não receberem seus salários no quinto dia útil. Eles alegam que atrasos salariais têm sido uma questão recorrente. Segundo eles, a Salutar, empresa responsável pela alimentação no hospital, está atrasando os pagamentos devido a cortes feitos pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) como forma de "retaliação".
Apesar da paralisação, a Salutar afirma que ninguém no hospital está desassistido, e alguns funcionários remanescentes estão entregando comida aos pacientes.
Em comunicado, o Iges-DF disse que não foi notificado sobre a greve, mas percebeu a ausência de alguns trabalhadores, limitando o número de copeiras disponíveis. Isso resultou em atrasos na distribuição de refeições, mas garantiu que nenhum paciente ficou sem alimentação.
O desentendimento entre o Iges e a Salutar é de longa data, com várias tentativas de rompimento do contrato, e agora está sendo avaliado pela Justiça. Para tentar aliviar a situação, o Ministério Público iniciou uma fiscalização para garantir a aderência da Salutar ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Iges.
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