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Novo PAC, acordo Mercosul-UE e acerto com o Centrão: as prioridades de Lula no 2° semestre

Lula negocia o embarque formal do Centrão em seu governo e quer agendas positivas que resultem em melhora na sua aprovação

Por Redação 10/07/2023 às 07:14:40

Os primeiros seis meses do terceiro governo Lula foram marcados por turbulências, sobretudo na relação com o Congresso, e por dificuldades de avançar para além dos programas sociais reciclados das gestões passadas. Confiante após aprovar parcialmente as duas maiores pautas econômicas de sua agenda, porém, Lula tentará, a partir de agora, consolidar sua base parlamentar e buscar entregas que melhorem sua cambaleante aprovação.

Essa consolidação da base passa pelo embarque formal do Centrão no governo, que começou a se desenhar no dia seguinte à aprovação da reforma tributária na Câmara, quando o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários, até agora independentes, visitaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada.

Lula não cedeu antes, dizem aliados, para não mostrar fraqueza e ter de entregar muito ao Centrão, que queria o Ministério da Saúde, o maior orçamento da Esplanada. Além disso, desceu amargo o acerto que foi feito com o União Brasil, que ganhou três ministérios logo de cara, mas não entregou votos quando o governo mais precisou, como na votação da MP que reorganizava a estrutura dos ministérios.

O governo, no entanto, não desistiu do União Brasil e deve acertar nos próximos dias a troca de Daniela Carneiro por Celso Sabino no Ministério do Turismo. O que falta é fechar com o partido o destino da Embratur, empresa ligada à pasta e com mais capacidade de entregas e de ser vitrine para seu presidente, que hoje é o petista Marcelo Freixo. A tendência é que Lula ceda a empresa no novo acerto se tiver a garantia de que o União vai agir como aliado daqui para frente.

Lula e Celina - Metrópoles

Outro partido do Centrão que se aproxima de um embarque formal é o Republicanos, que sinalizou a boa vontade ao resistir às pressões bolsonaristas e fechar questão pela aprovação da reforma tributária na Câmara. O partido negocia assumir o Ministério dos Esportes, hoje ocupado por uma ministra que não é indicação política, a ex-atleta Ana Moser.

A negociação mais difícil é com o PP de Lira, que, após ter frustradas as intenções de assumir a Saúde, está de olho no Desenvolvimento Social, chefiado pelo cacique petista Wellington Dias e responsável por programas sociais de grande exposição, como o Bolsa Família. Lula não quer ceder, mas admite nos bastidores que pode vir a ser obrigado se isso se traduzir numa verdadeira base forte para seu governo.

Fonte: Metropoles

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