O Banco Central do Brasil (BCB) vai manter inalterada, esta semana, a taxa Selic em 13,75%, apesar das fortes pressões do governo Lula para iniciar uma redução e impulsionar a economia, segundo projeções de mercado.
O Comitê de Política Monetária (Copom) da entidade se reúne nesta terça-feira (2) pela terceira vez no ano, e anunciará sua decisão na quarta, ao finalizar o encontro.
O mercado não espera mudanças na taxa Selic, de acordo com uma pesquisa do jornal Valor Econômico com mais de cem consultorias e instituições financeiras, na qual apenas duas indicaram uma queda.
Com o objetivo de controlar a inflação, o BCB tem mantido a taxa básica de juros desde agosto do ano passado, após um ciclo de altas ininterruptas iniciado em março de 2021, quando estava em um mínimo histórico de 2% por causa da pandemia.
Assim, a Selic se situou em seu máximo desde janeiro de 2017, e entre as taxas de juro real - descontando a inflação - mais altas do mundo, de acordo com a administradora de patrimônios Infinity Asset.
Essa política foi criticada pelo presidente Lula, que qualifica de absurdo o nível da Selic.
Segundo ele, isso encarece o crédito de empresas e consumidores e esfria o crescimento econômico, na contramão das necessidades nacionais.
"Não podemos viver mais em um país onde a taxa de juros não controla a inflação, mas o desemprego, e é, em parte, responsável pela situação que vivemos hoje", disse o presidente na segunda (1), no mais recente de seus embates contra o BCB durante um ato por ocasião do Dia do Trabalhador em São Paulo.