Um ramo de pesquisa do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS) está prestes a classificar o popular adoçante artificial aspartame como "possivelmente cancerígeno para humanos" no próximo mês, segundo a Reuters.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) emitirá sua decisão em 14 de julho, após revisar 1.300 estudos, disse a agência de notícias na quinta-feira. Ela afirmou que o anúncio foi vazado por dois insiders.
A IARC não considera os níveis de consumo ao avaliar se uma substância representa risco de câncer. A Reuters disse que a decisão tem o objetivo de pressionar por pesquisas adicionais sobre o assunto.
Desde 1981, o JECFA considera o substituto do açúcar seguro para humanos dentro de generosos limites de consumo diário. Essa visão é compartilhada globalmente pelos reguladores de segurança alimentar atualmente.
Um porta-voz da IARC disse à Reuters que as duas decisões eram "complementares". Alguns órgãos nacionais de saúde pediram à OMS que os liberasse no mesmo dia para evitar "confusão e preocupação entre o público", como dizia uma carta à liderança da organização das autoridades de saúde japonesas.
Frances Hunt-Wood, secretária-geral da Associação Internacional de Adoçantes (ISA), que tem os principais produtores de alimentos entre os membros, referiu-se à IARC como " não um órgão de segurança alimentar", observou o relatório. Ele afirmou que a revisão "não era cientificamente abrangente" e "baseada fortemente em pesquisas amplamente desacreditadas".
No passado, as decisões da IARC foram usadas como prova em processos judiciais movidos por pacientes com câncer contra fabricantes. Um exemplo seria o glifosato, o herbicida usado no herbicida Roundup da Monsanto, que o IARC classificou como "provavelmente cancerígeno em humanos" em 2015.
O aspartame é 200 vezes mais doce que a sacarose, o principal componente do açúcar comum, o que significa que uma quantidade muito menor é necessária em uma receita alimentar. A substância é decomposta em componentes durante a digestão e absorvida pelo corpo.
Gazeta Brasil