Nesta segunda-feira (19), a Justiça do Rio de Janeiro autorizou a transferência de 26 presos para unidades prisionais federais por, pelo menos, três anos. O juiz responsável pela decisão, Marcel Laguna Duque Estrada, da Vara de Execuções Penais (VEP), determinou que os detentos permaneçam na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1) até que a transferência seja efetivada. Segundo o magistrado, o objetivo da medida é preservar a segurança pública e evitar a formação de novas associações ou articulações para a prática de crimes.
"É fundamental, visando o interesse da Segurança Pública, e com a finalidade de evitar novas associações e articulações para a prática de crimes proceder tais transferências", afirma o juiz na decisão publicada pelo g1,
"O sistema penitenciário federal poderá dificultar possíveis articulações com grupos criminosos, e, por conseguinte, o fluxo de ordens emanadas do interior das unidades prisionais para seus comparsas extramuros."
É fato que diversos presidiários no Rio de Janeiro possuem vínculos com milícias ou pertencem a organizações criminosas, incluindo o Comando Vermelho (CV) – considerada a maior e mais influente facção do tráfico no estado – e o Terceiro Comando Puro (TCP), que se opõe ao CV.
Eis a lista dos presos que serão transferidos:
- Alcimar Pereira dos Santos, o Veludo, da Vila Vintém (é acusado de matar policiais. Ele foi transferido para Bangu um após a fuga de três presos em janeiro)
- Aleksandro Rocha da Silva, o Sam da Caicó (ex-chefe da Covanca – acusado de mais de uma dezena de homicídios)
- Alex Marques de Melo, o Léo Serrote (chefe da invasão ao Morro do São Carlos em 2020. Foi preso numa casa fazendo reféns)
- Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason (suspeito de matar 40 pessoas na Baixada)
- Alexandre Silva de Almeida, o Solinha (é ex-integrante da milícia do Zinho, na Zona Oeste)
- Anderson Rocha da Silva, o Russão (irmão de Sam da Caicó)
- Anderson Venâncio Nobre de Souza, o Piu (é responsável pelo tráfico na Lapa é apontado como braço do traficante Abelha)
- André Costa Bastos, o Boto (é um dos chefes da milícia na região de Jacarepaguá e Recreio, dava ordens para ataques na Curirica e no Terreirão)
- Avelino Gonçalves Lima, o Alvinho (é chefe do Povo de Israel, quadrilha que pratica extorsões de dentro das cadeias)
- Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão (é um dos mentores do sequestro do helicóptero para tentar resgatar presos em Bangu, em 2022)
- Charles Silva Batista, o Charles do Lixão (é apontado como um dos chefes na Favela do Lixão, em Caxias; voltou de presídio federal em 2021)
- Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho (é chefe da milícia da Praça Seca e do Campinho)
- Eliezer Miranda Joaquim, o Criar (é chefe do tráfico de favelas em Belford Roxo)
- Emerson Brasil da Silva, o Raro (é chefe do tráfico do Complexo da Pedreira)
- Francio da Conceição Batista, o Nolita (é chefe do tráfico da Comunidade Santa Rosa)
- Geovane da Silva Mota, o GG (é ex-integrante da milícia de Zinho)
- Luís Carlos Moraes de Souza, o Monstro (é chefe do tráfico de favelas de Macaé e do Morro do Urubu)
- Luiz André Ribeiro Fiuza (traficante internacional preso em 2005)
- Luiz Cláudio Serrat Correa, o Claudinho CL (é chefe do tráfico do Cajueiro)
- Luiz Fernando do Nascimento Ferreira, o Nando do Bacalhau (é chefe do tráfico do Chapadão)
- Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho Merendiba (conseguiu fugir do Complexo de Gericinó em janeiro e acabou recapturado em abril)
- Marcelo Santos das Dores, o Menor P (é chefe do tráfico no Complexo da Maré)
- Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor (é um dos principais chefes do Comando Vermelho; voltou de um presídio federal em 2021)
- Robson Aguiar de Oliveira, Binho (é chefe do tráfico do Morro do Engenho)
- Rodrigo dos Santos, o Latrell (é ex-integrante da milícia do Zinho, principal braço armado do grupo)
- Samuel de Freitas e Silva, o Samuca (é um dos chefes do tráfico do Pavão-Pavãozinho, mentor de ataques à UPP)
Fonte: Gazeta Brasil