O regime chinês criticou neste domingo os últimos anúncios dos Estados Unidos sobre vendas e assistência militar a Taiwan, e alertou os Estados Unidos de que estão "brincando com fogo".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou no sábado o fornecimento de até 571 milhões de dólares em material e serviços do Departamento de Defesa, além de educação e treinamento militar para Taiwan. Separadamente, o Departamento de Defesa indicou na sexta-feira que foram aprovados 295 milhões de dólares em vendas militares.

Em um comunicado, o Ministério de Assuntos Exteriores da China pediu aos Estados Unidos que parem de armar Taiwan e que interrompam o que chamou de "movimentos perigosos que minam a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan".

Taiwan é uma ilha democrática com 23 milhões de habitantes que o governo chinês reivindica como seu território, alegando que deve ser colocado sob seu controle. As vendas e assistências militares dos Estados Unidos têm o objetivo de ajudar Taiwan a se defender e dissuadir a China de lançar um ataque.

Os 571 milhões de dólares em assistência militar somam-se à autorização de Biden, no final de setembro, de 567 milhões de dólares para os mesmos fins. As vendas militares incluem 265 milhões de dólares para cerca de 300 sistemas de rádio táticos e 30 milhões de dólares para 16 montagens de canhões.

O Ministério de Assuntos Exteriores de Taiwan acolheu com satisfação a aprovação das duas vendas, dizendo em uma publicação nas redes sociais que isso reafirma o "compromisso do governo dos Estados Unidos com nossa defesa".

Taiwan recebe os primeiros 38 tanques M1A2T dos EUA

No domingo passado, Taiwan recebeu um envio de 38 tanques M1A2T dos Estados Unidos, a primeira entrega deste tipo de blindado em mais de 30 anos. De acordo com a agência estatal CNA, os veículos chegaram ao porto de Taipé e foram transferidos para o centro de treinamento do Exército no condado de Hsinchu.

Essa entrega faz parte de um acordo firmado em julho de 2019 durante a administração de Donald Trump, que aprovou a venda de 108 tanques M1A2T no valor de 2 bilhões de dólares, uma das maiores transações de armamento entre os dois países.

O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan (MND) confirmou que as entregas continuarão nos próximos anos, com 42 tanques adicionais previstos para 2025 e outros 28 em 2026, destinados ao Comando do Sexto Exército, responsável pela defesa do norte da ilha.

O M1A2T, uma versão do M1 Abrams utilizado pelo Exército dos EUA, é equipado com um canhão de 120 milímetros capaz de penetrar blindagens de até 850 milímetros.

Sua capacidade defensiva avançada o torna um elemento estratégico para Taiwan em caso de um eventual conflito com a China, que mantém crescente pressão militar e política sobre a ilha.

Esse envio também visa reduzir os atrasos no fornecimento de armamento a Taiwan, afetados por obstáculos burocráticos e pela alta demanda na indústria de defesa dos Estados Unidos após a invasão russa da Ucrânia.

Segundo o Instituto Cato, o valor do armamento pendente de entrega a Taiwan soma 21,95 bilhões de dólares, incluindo sistemas avançados como 66 caças F-16V e 100 mísseis Harpoon. Este primeiro lote de tanques representa um avanço na modernização das capacidades defensivas da ilha, em um ambiente geopolítico cada vez mais desafiador.

Fonte: (Com informações de AP, EFE e AFP)