Intervenção Recorde para Conter Alta do Dólar
Nesta quinta-feira (19), o Banco Central (BC) realizou a maior intervenção de sua história no mercado de câmbio, leiloando US$ 5 bilhões à vista para conter a disparada do dólar, que havia atingido R$ 6,30. Esta é a maior operação deste tipo desde a adoção do câmbio flutuante em 1999.
Efeito Imediato na Cotação do Dólar
Logo após a injeção dos recursos, o dólar recuou, revertendo a alta intradiária que havia levado a moeda ao maior patamar nominal desde o início do Plano Real. A medida visa estabilizar o câmbio em um momento de alta volatilidade e incerteza econômica.
Recorde Anterior Durante a Pandemia
O recorde anterior de leilão à vista era de US$ 3 bilhões, ocorrido em 9 de março de 2020, no início da crise da pandemia de Covid-19. A atual oferta representa uma resposta mais agressiva para conter a valorização da moeda norte-americana.
Impacto nas Reservas Internacionais
Os leilões à vista reduzem as reservas internacionais do país, pois, ao contrário dos leilões de linha (que envolvem recompra futura), não há devolução dos recursos ao caixa do BC. Com a oferta recente, as reservas internacionais, que somavam US$ 363 bilhões em novembro, devem cair abaixo de US$ 350 bilhões — o menor nível desde novembro de 2022, quando estavam em US$ 348,4 bilhões.
Ofertas Totais Superam US$ 20,76 Bilhões
Além dos US$ 5 bilhões leiloados à vista, o Banco Central já disponibilizou outros US$ 7 bilhões em três leilões de linha, operações que preveem o compromisso de recompra futura dos dólares. Com isso, o total ofertado pelo BC durante este período ultrapassa US$ 20,76 bilhões.
Objetivo: Manter a Estabilidade Cambial
A ação do BC busca conter a pressão cambial e proteger a economia de possíveis efeitos negativos da alta do dólar, como o aumento da inflação e das dívidas indexadas à moeda norte-americana. Contudo, a redução das reservas gera preocupações sobre a sustentabilidade dessa estratégia a longo prazo.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/