As Forças Armadas seguem sendo a instituição mais confiĂĄvel aos olhos dos brasileiros, mas o índice de desconfiança em relação à corporação estĂĄ em tendĂȘncia de alta desde 2017, início da série histórica. É o que revela pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta terça-feira, 17. O levantamento questionou 2.002 pessoas entre os dias 12 e 13 de dezembro sobre o grau de confiança nos TrĂȘs Poderes, no Ministério Público, na imprensa, nos partidos políticos e nas grandes empresas do País.
Entre todas as instituições avaliadas, as Forças Armadas obtiveram o maior índice de entrevistados que afirmam "confiarem muito" nos fardados, com 34%. São 24% os que dizem "não confiar" no Exército, na Marinha e na AeronĂĄutica. São 40% os que "confiam um pouco" nos militares e 2% não souberam responder.
Em relação ao levantamento anterior, de 21 de março, o único índice a variar para além da margem de erro, de trĂȘs pontos porcentuais, foi o de "muita" confiança: era 37% na ocasião, retraindo trĂȘs pontos na última rodada. "Um pouco" de confiança marcava 39% e os que "não confiam" eram 23%, enquanto os que não souberam responder na rodada anterior representaram 1% da amostra.
Embora não tenha variado além da margem de erro desde o levantamento anterior, a imagem das Forças Armadas estĂĄ em tendĂȘncia de piora desde o início da série histórica da pesquisa Em junho de 2017, eram 15% os que diziam "não confiar" na instituição. Desde então, o índice aumentou nove pontos porcentuais.
A imagem das Forças Armadas podem ser ainda mais comprometidas com os eventuais desdobramentos penais do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Dos 40 indiciados pela corporação, 28 são militares, entre os quais nomes de alta patente, como Almir Garnier, comandante da AeronĂĄutica na época dos fatos investigados, e Walter Braga Netto, general de quatro estrelas, ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) no último pleito. Braga Netto estĂĄ preso preventivamente desde o sĂĄbado, 14, por obstrução de justiça.
As instituições menos confiĂĄveis, segundo a pesquisa, são os partidos políticos, com 50% de desconfiança, e as redes sociais, com 49%. Quanto aos TrĂȘs Poderes, o Congresso Nacional é "muito" confiĂĄvel para 11%, enquanto 42% desconfiam do Legislativo. A PresidĂȘncia é avaliada como totalmente confiĂĄvel por 24%, ante 36% de desconfiança, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) é visto com desconfiança por 38% dos entrevistados, ante 24% de "muita" confiança.
Fonte: Estadão conteĂșdo