A Polícia Civil da Bahia deflagrou
nesta terça-feira (17) a Operação USG, que apura desvios de até R$ 12 milhões
destinados à saúde pública de Formosa do Rio Preto, no oeste baiano. Entre as
irregularidades investigadas, destaca-se a realização de exames médicos
incompatíveis com os pacientes, como ultrassonografias transvaginais
supostamente realizadas em homens.
De acordo com as investigações,
listas apresentadas por ao menos trĂȘs clínicas indicavam a realização repetida
de exames no mesmo paciente, muitas vezes em intervalos curtos. Em casos
emblemĂĄticos, nomes foram alterados nos registros, mas os números do cartão do
SUS permaneciam os mesmos. Pacientes homens listados para exames transvaginais
foram ouvidos pela polícia e negaram qualquer envolvimento.
A operação tem como alvos nove
pessoas, incluindo o prefeito Manoel Afonso de Araújo (PSD), conhecido como Neo,
além de secretĂĄrios municipais, médicos, empresĂĄrios e servidores públicos. A
Polícia Civil suspeita da existĂȘncia de plantões médicos fictícios e do
pagamento por serviços que nunca foram realizados.
Mandados de busca e apreensão foram
cumpridos em residĂȘncias, clínicas e postos de saúde em Formosa do Rio Preto, e
também nas cidades de Corrente e Bom Jesus, no Piauí. A Justiça determinou o
afastamento de servidores municipais, o bloqueio de bens de clínicas e
investigados, além da suspensão de pagamentos a empresas suspeitas.
A operação, conduzida pelo
Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de
Dinheiro, busca esclarecer a dimensão dos desvios e punir os responsĂĄveis por
um esquema que prejudica diretamente a população, expondo fraudes em um dos
setores mais essenciais: a saúde pública.
Fonte: Hora Brasilia