A Meta, empresa proprietária do Facebook e Instagram, doou US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Donald Trump, em meio aos esforços do CEO Mark Zuckerberg para ganhar a simpatia do presidente eleito, mais de um mês antes de sua posse.
A empresa, avaliada em US$ 1,6 trilhão, confirmou a doação ao The Post após um relatório do The Wall Street Journal na noite de quarta-feira, indicando que a empresa de Zuckerberg, que geralmente se mantém afastada das corridas presidenciais, mudou sua prática habitual.
Um porta-voz da Meta se recusou a comentar mais sobre o assunto.
No mês passado, Zuckerberg visitou a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida. Os dois homens jantaram juntos, ocasião em que Trump recebeu de presente um par de óculos Ray Ban Smart Glasses do magnata da tecnologia.
Antes do jantar, os assessores de Zuckerberg informaram aos auxiliares de Trump que a Meta planejava fazer a doação de US$ 1 milhão para o fundo inaugural, segundo o Journal.
A Meta não doou para o fundo inaugural de Trump em 2017, nem para o fundo inaugural do presidente Joe Biden quatro anos depois, conforme mostram os registros públicos citados pelo Journal.
Zuckerberg, cujas plataformas de mídia social baniram o presidente eleito após os distúrbios no Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, tem buscado reabilitar sua relação com Trump nos últimos meses, realizando pelo menos duas conversas telefônicas privadas durante o verão.
O fundador do Facebook também elogiou publicamente Trump após a tentativa de assassinato em julho, durante a qual o presidente eleito foi visto erguendo o punho em desafio, com sangue escorrendo pelo rosto — uma reação que Zuckerberg chamou de "incrível".
Os laços mais calorosos contrastam com o ciclo eleitoral anterior, quando Trump sugeriu a ideia de prender Zuckerberg após ele e sua esposa, Priscilla Chan, doarem cerca de US$ 400 milhões para organizações sem fins lucrativos destinadas a facilitar a votação durante a pandemia.
Trump e seus apoiadores acusaram o chefe da Meta de usar "Zuckerbucks" para ajudar os democratas, mas o magnata da tecnologia negou isso.
Zuckerberg e Chan buscaram se aproximar dos republicanos contratando o estrategista do Partido Republicano Brian Baker, que recebeu a tarefa de explicar a doação de US$ 400 milhões em 2020.
Em agosto, Zuckerberg disse em uma carta ao Comitê Judiciário da Câmara que era impróprio para o governo Biden pressionar o Facebook a censurar conteúdo relacionado à COVID-19.
Zuckerberg também prometeu aos legisladores republicanos que não faria doações adicionais para impulsionar a infraestrutura eleitoral.
"Meu objetivo é ser neutro e não desempenhar um papel de um lado ou de outro — ou mesmo parecer estar desempenhando um papel", escreveu Zuckerberg.
Zuckerberg é um dos vários executivos de tecnologia que estão tentando se aproximar de Trump poucas semanas antes de ele iniciar seu segundo mandato.
Na semana passada, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, proprietário do Washington Post, disse estar "muito otimista" sobre um segundo mandato de Trump devido à agenda pró-negócios e anti-regulação do presidente eleito.
Bezos, que também já foi um adversário de Trump, impediu o conselho editorial de seu jornal de publicar um endosso à vice-presidente Kamala Harris menos de duas semanas antes da eleição, provocando várias demissões no jornal, bem como uma onda de cancelamentos de assinaturas.
Fonte: Gazeta Brasil