Os deputados aprovaram na noite desta quarta-feira (11) um projeto de lei que altera o Código de Processo Penal e torna obrigatória a decretação de prisão preventiva após audiĂȘncia de custódia em diversos casos, entre eles se a pessoa for reincidente.
A norma prevĂȘ que a pessoa serĂĄ privada da liberdade provisória após audiĂȘncia de custódia "havendo fundados indĂcios de materialidade e autoria do crime" também quando jĂĄ tiver sido presa em flagrante por mais de uma vez (e ter sido liberada após audiĂȘncia), integrar organização criminosa armada ou milĂcia, portar ilegalmente arma de fogo de uso proibido ou restrito e praticar crime com violĂȘncia ou grave ameaça com uso de arma de fogo, além de trĂĄfico de drogas qualificado.
Nesta quarta, a votação foi simbólica, quando não hĂĄ registro dos votos em painel. Somente a federação PSOL-Rede orientou contra a aprovação. Agora, o texto vai ao Senado.
Desde 2015, ano de estabelecimento das audiĂȘncias de custódia, a pessoa que é presa deve ser levada à presença de um juiz em até 24 horas, com a presença de advogado ou da Defensoria PĂșblica. O magistrado avalia a legalidade do flagrante e da prisão e se haverĂĄ medidas cautelares e investiga, por meio de indĂcios e relatos, se houve maus-tratos ou tortura.
Em novembro, os deputados aprovaram um requerimento de urgĂȘncia do projeto, que acelera a tramitação da proposta na Casa, jĂĄ que ela não passa pela anĂĄlise nas comissões temĂĄticas e segue para o plenĂĄrio.
O projeto inicialmente determinava a decretação de prisão preventiva após audiĂȘncia de custódia para crimes hediondos. Mas o relator do texto, Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), alterou essa previsão. À reportagem, diz que fez essa alteração porque "hoje em dia "crime hediondo" foi banalizado". "Tudo é crime hediondo."
A proposta aprovada também prevĂȘ a possibilidade de as audiĂȘncias de custódia serem realizadas por videoconferĂȘncia. O texto diz que elas devem ser realizadas, "preferencialmente, de forma presencial".
Além disso, no plenĂĄrio, o relator acatou emenda e incluiu no texto previsão que os municĂpios que não tiverem efetivo militar suficiente ou onde a saĂda da viatura para transporte do preso comprometa a segurança local a audiĂȘncia de custódia poderĂĄ, por decisão judicial, ser realizada por videoconferĂȘncia.
De autoria do deputado Coronel Ulysses (União Brasil-AC), o projeto integra um pacote de pautas relacionadas à segurança pĂșblica patrocinado pela bancada da bala na Casa e que serĂĄ apreciado nesta semana por determinação do presidente Arthur Lira (PP-AL).
Esse pacote surgiu da demanda dos parlamentares em darem resposta aos Ăndices de violĂȘncia no paĂs e atuação das polĂcias.
"É um assunto que preocupa muito a população brasileira e tem causado muitas decisões justas ou injustas por parte da administração na ĂĄrea, o que tem chamado a atenção da mĂdia. São assuntos que estão no nosso dia a dia. O crescimento da influĂȘncia das facções criminosas no Brasil tem sido claro", disse Lira na terça (10).
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/