Os analistas do mercado financeiro revisaram para cima a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, passando de 4,71% para 4,84%. A projeção, que ainda está acima do teto da meta de inflação para 2024, de 4,50%, foi divulgada no relatório "Focus" do Banco Central (BC) nesta segunda-feira (9).
A meta central de inflação para 2024 é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Caso o índice ultrapasse o limite superior, o BC deverá explicar os motivos ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por meio de uma carta pública. Analistas apontam que o aumento dos gastos públicos tem sido um dos principais fatores que elevam as projeções de inflação.
Na semana passada, o governo anunciou medidas para conter o crescimento das despesas, como a proposta de aumento menor do salário mínimo, cortes na educação, e ajustes no abono salarial e nas aposentadorias dos militares.
Para 2025, a estimativa de inflação também foi revisada, subindo de 4,40% para 4,59%, ultrapassando novamente o teto do sistema de metas. A projeção para 2026 passou de 3,81% para 4%. A partir de 2025, a meta de inflação será mantida em 3%, com margem de 1,5% a 4,5%, e o BC continuará a calibrar a taxa de juros para manter os preços dentro dessa faixa.
O impacto da inflação é direto no poder de compra da população, especialmente entre os trabalhadores com salários mais baixos, cujos rendimentos não acompanham o aumento dos preços.
Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a projeção do mercado para 2024 aumentou de 3,22% para 3,39%, após o IBGE divulgar uma expansão de 0,9% no terceiro trimestre, superando as expectativas. Para 2025, a previsão subiu de 1,95% para 2%.
Os economistas do mercado continuam prevendo alta na taxa básica de juros até o fim do ano. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano, após dois aumentos, e a projeção para o fechamento de 2024 subiu de 11,75% para 12% ao ano, com expectativa de mais um aumento nesta semana. Para 2025, a estimativa de juros subiu de 12,63% para 13,50%.
Além disso, o BC também divulgou outras projeções do mercado financeiro:
Fonte: Gazeta Brasil