A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta segunda-feira (09) mais uma fase da Operação Torniquete, no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital, com o objetivo de combater o roubo de cargas e veículos. A ação contou com o apoio de um helicóptero e cinco blindados, enquanto moradores da região relataram intensos tiroteios. Durante a chegada dos agentes, um forró ocorria no Parque União.
Os principais alvos da operação eram traficantes ligados ao Comando Vermelho, como Rodrigo da Silva Caetano, conhecido como Motoboy, e Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. De acordo com a Polícia Civil, ambos eram responsĂĄveis por arquitetar e gerenciar uma quadrilha de roubos de veículos e cargas, com o objetivo de financiar atividades da organização criminosa. Esses recursos eram utilizados para a compra de armamentos, munições e o pagamento de "mesadas" aos parentes de presos e às lideranças da facção.
Até o momento, foram registrados dois suspeitos mortos, trĂȘs homens presos e a apreensão de drogas, munições e granadas. A operação contou com equipes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de outras unidades especializadas, que cumpriram mandados de prisão contra os investigados.
Segundo as investigações, a facção que atua na Maré recebe ordens de chefes do trĂĄfico no Complexo da Penha, como Edgar Alves Andrade, o Doca. Esses líderes coordenam o apoio logístico necessĂĄrio para que a quadrilha de assaltantes realize crimes em diversos bairros do Rio de Janeiro e na Região Metropolitana. A polícia identificou prĂĄticas como armazenamento, transbordo e revenda de cargas roubadas, clonagem de veículos, desmanche de automóveis para venda de peças e uso de carros roubados em outros delitos, além do sequestro de vítimas para transferĂȘncias via PIX.
Na semana anterior, na terça-feira (3), uma megaoperação no Complexo da Penha resultou em seis feridos, um morto e 13 presos. Essa foi outra etapa da Operação Torniquete, também voltada para o cumprimento de mandados de prisão. Entre os alvos estava o traficante Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca ou Urso, de 54 anos, que permanece foragido. Criminosos foragidos do ParĂĄ e do CearĂĄ, escondidos na Penha, também eram procurados.
Durante o confronto na Penha, um suspeito ainda não identificado, com passagens por roubo de carga, foi morto por policiais do batalhão de Olaria. Segundo a polícia, Doca é apontado como líder de diversas ações criminosas, incluindo a execução de comparsas envolvidos na morte de trĂȘs meninos em Belford Roxo, a condenação à morte de bandidos que assassinaram por engano trĂȘs médicos na Barra da Tijuca, e a tentativa de sequestro de um piloto de helicóptero para resgatar presos. Ele também lidera a Tropa do Urso, grupo responsĂĄvel por invasões a comunidades, e ordenou a execução de envolvidos nos desaparecimentos em Belford Roxo.
Fonte: Gazeta Brasil