Boletim Focus aponta inflação acima da meta e juros em alta: desafios para a economia brasileira
O Boletim Focus desta segunda-feira (2) traz projeções preocupantes para a economia brasileira: inflação acima do teto da meta e juros básicos em trajetória de alta. O cenário acende um alerta para os desafios de equilibrar o crescimento econômico com o controle de preços.
Inflação: Meta Estourada em 2024
A previsão do mercado financeiro para a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, subiu de 4,63% para 4,71% em 2024. Essa projeção supera o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que define um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo do centro da meta, fixado em 3%.
A inflação em outubro foi de 0,56%, pressionada pelos preços de habitação e alimentos. No acumulado de 12 meses, o IPCA já registra 4,76%, segundo o IBGE. A próxima divulgação da inflação, referente a novembro, está marcada para o dia 10 de dezembro.
Projeções Futuras: Cenário Ainda Incerto
O Boletim Focus também revisou para cima as expectativas de inflação para os próximos anos:
A partir de 2025, entra em vigor o sistema de metas contínuas, com o CMN definindo uma meta fixa de 3%, sempre com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Juros Básicos em Alta: Pressão no Crédito
Para conter a inflação, o Banco Central (BC) manteve a Selic, taxa básica de juros, em 11,25% ao ano. Após um longo período de cortes, a Selic voltou a subir recentemente, acompanhando a alta do dólar e as incertezas econômicas globais.
A expectativa do mercado é que a taxa suba para 11,75% ao ano até o final de 2024. Para os anos seguintes, as projeções são:
Juros altos dificultam o crédito, encarecem o consumo e estimulam a poupança, ajudando a conter a inflação. Contudo, também podem desacelerar a economia, afetando investimentos e geração de empregos.
Apesar das preocupações com a inflação, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil segue com números positivos. O crescimento previsto para 2024 subiu de 3,17% para 3,22%, impulsionado por uma alta de 1,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
Projeções para o PIB:
Em 2023, o PIB registrou crescimento de 2,9%, superando expectativas e somando R$ 10,9 trilhões.
O mercado prevê que o dólar termine 2024 cotado a R$ 5,70. Para 2025, a expectativa é de leve recuo, para R$ 5,60. A alta recente da moeda reflete incertezas econômicas e tensões internacionais, que afetam diretamente o custo de importações e pressionam a inflação.
O governo enfrenta o dilema de controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econômico. Com metas já superadas em 2024 e juros em alta, os próximos passos do Banco Central serão cruciais para evitar maiores desequilíbrios financeiros.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br
