Após disparada do dólar durante o pregão desta sexta-feira, um dia após o governo federal anunciar um pacote de ajuste fiscal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, divulgou nota afirmando que não haverá reforma tributária da renda, caso não haja condições fiscais para isso.
Para Pacheco, o anúncio do governo de isentar o Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, "embora seja um desejo de todos, não é pauta para agora e só poderá acontecer se tivermos condições fiscais para isso". E que essa discussão "vai depender muito da capacidade do Brasil de crescer e gerar riqueza, sem aumento de impostos".
O presidente do Senado também comentou as propostas para o corte de gastos, que preveem redução das despesas de cerca de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e de até R$ 327 bilhões em cinco anos.
Ele afirmou que é importante que o Congresso apoie as medidas de controle e cortes de gastos "ainda que não sejam muito simpáticas". E sugeriu que outras iniciativas podem ser apresentadas, já que, para ele, esse pacote deve ser visto como o início de uma jornada de responsabilidade fiscal.
Durante evento de dirigentes de bancos, em São Paulo, nesta sexta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o pacto de cortes de gastos não é "bala de prata", e que pode analisar as despesas de novo, se necessário.
Haddad disse ainda que o país está saindo de 10 anos de desequilíbrio fiscal, e que a Fazenda precisa do apoio do Congresso, do Banco Central, da sociedade, de todos, por ser esta uma tarefa do país inteiro.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também se manifestou sobre o pacote econômico. Por uma rede social, escreveu que toda medida de corte de gastos para o ajuste das contas públicas contará "com o esforço, a celeridade e a boa vontade" dos deputados, que estão dispostos a colaborar e aprimorar as propostas.
Para Lira, a "responsabilidade fiscal é inegociável". O presidente da Câmara escreveu também que qualquer outra iniciativa do governo que implique em renúncia de receitas será analisada apenas ano que vem.
Após bater R$ 6,11 pela manhã, o dólar comercial fechou o dia com alta de 0,19%, cotado a R$ 6 reais.
Fonte: Daniella Longuinho - repórter da Rádio Nacional da Agência Brasil