Empresa de Elon Musk, a Starlink, divisão de satélites da SpaceX, recebeu recentemente aprovação da FCC (Comissão Federal de Comunicações) para iniciar a oferta de serviços de telefonia celular. Este novo serviço, conhecido como Starlink Direct to Cell, é voltado para fornecimento de cobertura em áreas onde as redes celulares terrestres não chegam, como em regiões isoladas dos Estados Unidos.

A colaboração entre a Starlink e a T-Mobile permitirá que consumidores em áreas sem cobertura móvel se conectem usando seus dispositivos habituais. O acordo com a T-Mobile permitirá que a empresa utilize bandas específicas de frequência para garantir a transmissão de sinal sem interferências no sistema terrestre já existente.

Como o serviço impactará as zonas sem cobertura celular?

Starlink / Créditos: depositphotos.com / rossandhelen

O principal benefício do serviço Starlink é aumentar o acesso a comunicações em regiões remotas, incluindo serviços de emergência. Este é um avanço significativo para usuários em áreas que historicamente ficam sem rede. O serviço não apenas melhora o acesso individual, mas também contribui para a segurança pública, permitindo chamadas e mensagens em caso de emergência.

Adicionalmente, a FCC autorizou a Starlink a estender o serviço internacionalmente, sob aprovação dos respectivos governos desses países, o que poderia eliminar zonas mortas de celulares globalmente em um futuro próximo.

Quais são as limitações e possibilidades do Starlink Direct to Cell?
A FCC estabeleceu certas restrições para a operação do Starlink Direct to Cell. A autorização é limitada às bandas de frequência de 1910–1915 MHz e 1990–1995 MHz, que devem ser empregadas sem causar interferências prejudiciais às comunicações existentes. Além disso, a cobertura inicial do serviço está restrita aos Estados Unidos, Alasca, Havaí e Porto Rico.

Enquanto a Starlink expande sua rede, a companhia antecipa que a cobertura de mensagens de texto será oferecida ainda este ano. Serviços adicionais de voz e dados completos estão projetados para 2025. Hoje, cerca de 320 satélites Starlink Gen2, de um total de mais de 2.600, são equipados para suportar esses serviços de mensagens.

Limitações

• Cobertura: Embora a constelação de satélites Starlink esteja em constante expansão, a cobertura ainda não é global e pode ser limitada em áreas com obstruções visuais, como dentro de prédios ou em vales profundos.
• Velocidade e Latência: As velocidades de internet podem variar dependendo de diversos fatores, como a densidade de satélites na região, condições climáticas e interferências. A latência, ou seja, o tempo de resposta, pode ser maior em comparação com conexões terrestres, o que pode afetar atividades que exigem baixa latência, como jogos online.
• Custo: O serviço Starlink, em geral, ainda é considerado caro em comparação com as opções de internet tradicionais em áreas urbanas.
• Regulamentação: A implementação do Starlink Direct to Cell está sujeita a regulamentações governamentais, o que pode variar de país para país e impactar a disponibilidade e o custo do serviço.
• Hardware: A compatibilidade com smartphones pode ser limitada, especialmente em modelos mais antigos. Além disso, a vida útil da bateria pode ser afetada pelo uso contínuo da conexão via satélite.

Potencialidades

• Conectividade em Áreas Remotas: O Starlink Direct to Cell tem o potencial de conectar pessoas e comunidades em áreas rurais e remotas, onde a infraestrutura de telecomunicações tradicional é limitada ou inexistente.
• Emergências e Desastres Naturais: Em situações de emergência, como desastres naturais, o Starlink pode fornecer comunicação essencial quando as redes terrestres estão danificadas.
• Internet das Coisas (IoT): A tecnologia pode ser utilizada para conectar dispositivos IoT em áreas remotas, facilitando a coleta de dados e o monitoramento de diversas atividades.
• Transporte e Logística: A conectividade via satélite pode melhorar a comunicação em veículos, navios e aeronaves, otimizando rotas e operações.
• Exploração Espacial: O Starlink pode desempenhar um papel crucial na comunicação com missões espaciais e satélites.

O que o futuro reserva para a Starlink e operadoras de telefone?

Com a tecnologia de satélite em constante evolução, a Starlink se posiciona para revolucionar a conectividade global. Empresas de telecomunicações que aderirem ao serviço poderão fornecer redes em locais onde antes não existia possibilidade técnica ou econômica de implementação. Este tipo de parceria pode abrir caminho para uma nova era de conectividade contínua, afetando positivamente milhões de usuários em todo o mundo.

Em resumo, o avanço do Starlink Direct to Cell destaca um passo importante na integração de tecnologia de satélite em sistemas de telecomunicações. O progresso desse serviço será observado de perto, já que suas implicações podem desafiar o status quo das redes móveis tradicionais.

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/