BRASÍLIA – O governo mudou sua posição no julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a responsabilização das plataformas sobre conteúdos postados por usuários. Em sessão nesta quinta-feira (28), o advogado-geral da União, Jorge Messias, defendeu a inconstitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Até então, a AGU havia adotado um entendimento menos taxativo.
O artigo 19 em debate prevê "a necessidade de prévia e específica ordem judicial de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedor de internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros"
Messias destacou que, quando o Marco Civil da Internet foi elaborado, as prerrogativas de soberania do país estavam em debate. Hoje, porém, "efetivamente, nós estamos tratando de algo maior, da própria sobrevivência do Estado Democrático de Direito", disse no STF.
De acordo com a AGU, a partir do entendimento pela inconstitucionalidade do trecho, duas conclusões poderão ser adotadas:
Atualmente, de acordo com a legislação em vigor, provedores de internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais só podem ser responsabilizados na esfera cível caso deixem de cumprir com o que for determinado em uma ordem judicial para a retirada de conteúdos ilegais que causem danos a terceiros.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/