Está chegando a Black Friday e, este ano, a corrida aos descontos e promoções acontece amanhã, dia 29 de novembro. E a primeira das polêmicas sobre a data envolve a própria expressão "Black Friday", questionada por muitos ativistas. Afinal falar Black Friday pode ser interpretado como expressão que remeta ao racismo? Para alguns, o problema seria a utilização do termo "preto" (black) para fazer referência a uma data de desconto, como se o "preto" fosse associado a algo que possa valer menos. Seria uma expressão condenável como "lista negra", que foi utilizada durante um bom tempo para se referir a pessoas com alguma pendência no mercado ou em seu ramo de atividade.
Como a
polêmica não interessa ao comércio, muitas empresas passaram a utilizar outras
expressões para se referir a data, como "Beauty Week", "Special Week", etc.
Assim, em vez de se alimentar uma polêmica, acha-se uma solução e voltamos a
atenção para a data, liquidações e descontos em si, que é o que interessa.
Mas por
que a Black Friday já começa para consumidores conscientes? De acordo com o
advogado Francisco Gomes Júnior, especialista em direito digital e presidente
da ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais), "o principal atrativo da data
são os descontos significativos. Então, o primeiro passo sempre é saber se o
desconto é real. Portanto, aquele consumidor que já tenha interesse em um
produto específico, deve já imprimir os preços atuais do produto que deseja, em
várias lojas, para que na Black Friday faça um comparativo de preços e
verifique se o desconto realmente existe e está no percentual anunciado".
Para a
data em si, segundo Gomes, o impulso e a pressa em realizar uma compra tornam
todos mais vulneráveis a golpes. "Tenha calma e prudência, pois o dinheiro não
aceita desaforos" finaliza.
O
advogado lista dicas úteis para o sucesso nas compras:
-
Desconfie desde já de grandes promoções e promessas de venda de produtos em
valores muito menores aos praticados no mercado. Pesquise sobre a reputação de
lojas que estejam com promoções exageradas;
- Se
possível, faça um planejamento para comprar o que deseja à vista ou no menor
número de parcelas possíveis. Fuja dos juros que aumentam muito o custo do
produto. Quando estiver diante de promoções para pagar em muitas vezes sem
juros, verifique se os juros não estão embutidos no valor;
- Tome
muito cuidado com golpes nesse período. Com a proximidade da Black Friday
inúmeras fraudes são tentadas. Ao receber emails ou mensagens, não clique em
links que não tenha certeza de serem seguros. Clicar em um link malicioso pode
representar perigo para seus dados pessoais;
- Se
for realizar uma compra on-line aproveitando promoção por meio de site de loja
ou plataforma no exterior, observe bem a cotação da moeda estrangeira em
relação ao real e veja se o câmbio está adequado. Verifique também o valor que
será pago com imposto e outros encargos, bem como a previsão de entrega e a
rastreabilidade de seu pedido.
Mas
qual seria uma dica de ouro, aquela final para esse dia? "Siga os passos
básicos, verifique a loja e sua reputação, verifique se o site é verdadeiro e
tem cadeado de segurança, verifique se o preço realmente é vantajoso e na hora
de pagar dê preferência pelo cartão de crédito que, diferente do PIX,
possibilita o estorno de valores e compras não reconhecidas, possibilita o
exercício do direito de arrependimento, que no PIX é muito mais difícil de ser
exercido" finaliza o especialista.
Dr. Francisco Gomes
Júnior: Advogado sócio da OGF Advogados, especialista em
Direito Digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor
(ADDP). Formado pela PUC-SP, pós-graduado em Direito de Telecomunicações pela
UNB e Processo Civil pela GV Law – Fundação Getúlio Vargas. Foi Presidente da
Comissão de Ética Empresarial e da Comissão de Direito Empresarial na OAB. Instagram: @franciscogomesadv
- @ogf_advogados