O delegado Rodrigo Morais, que
investigou o atentado a faca sofrido por Jair Bolsonaro durante a campanha
presidencial de 2018, é o responsável pela nova e complexa investigação sobre
as explosões ocorridas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na
quarta-feira (13/11). Morais atualmente chefia a Diretoria de Inteligência
Policial (DIP) da Polícia Federal, setor incumbido de apurar crimes que
envolvem ameaças à segurança institucional e possíveis atentados.
O incidente envolveu Francisco
Wanderley Luiz, conhecido nas redes como "Tiu França", que detonou explosivos
na Praça dos Três Poderes e nas proximidades do STF. Após o arremesso, Luiz se
deitou e acionou um artefato explosivo que o matou instantaneamente. De acordo
com o boletim de ocorrência, o caso foi registrado como "auto lesão fatal".
A investigação conduzida pelo DIP de
Morais examina o contexto e as possíveis motivações do ataque. Além de suas
ligações com figuras da direita, como Jair Bolsonaro e Olavo de Carvalho, Luiz
era ativo nas redes sociais e fazia parte de círculos que defendiam ideais
extremistas. A Polícia Federal avalia agora se o ataque está conectado a ameaças
mais amplas.
As explosões trouxeram à tona
preocupações sobre o Projeto de Lei da Anistia, que visa perdoar os envolvidos
nos atos de 8 de janeiro. Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
consideram que o incidente enfraqueceu ainda mais as chances de aprovação do
projeto no Congresso, já que reforça o argumento contra a impunidade dos
envolvidos em ações contra as instituições.
O ex-presidente Bolsonaro, que já
havia expressado dúvidas sobre o avanço do projeto, declarou que não espera uma
aprovação da anistia ainda este ano, e que a questão deverá ser discutida
novamente em 2025.
A Polícia Civil do Distrito Federal
também conduz um inquérito paralelo, focado em rastrear a origem dos explosivos
e os últimos passos de Luiz antes do ataque. A colaboração entre as autoridades
visa esclarecer todos os detalhes do caso e averiguar se há uma rede de apoio
por trás das ações do suspeito.
Fonte: Hora Brasilia