O presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump anunciou, na noite de domingo (10), a volta de Tom Homan à agência de fronteira e imigração do governo. Homan trabalhou com o republicano na primeira parte de seu primeiro mandato, entre 2017 e 2018.
Ao todo, Homan ficou ao lado de Trump por um ano e cinco meses, antes de renunciar ao cargo de diretor interino do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês). O curto período, contudo, foi suficiente para ele receber o apelido de "czar das fronteiras" – em referência aos imperadores que governaram a Rússia até 1917.
Isso porque Homan ficou conhecido por sua política "linha dura". No cargo, ele apoiou, por exemplo, a doutrina "tolerância zero", na qual qualquer adulto que tentasse entrar no país de forma irregular seria processado judicialmente. Como menores de idade não podiam ser presos, milhares de crianças foram separadas de seus pais.
"Tenho o prazer de anunciar que Tom Homan se juntará à administração Trump, responsável pelas fronteiras da nossa nação. Conheço Tom há muito tempo e não há ninguém melhor para policiar e controlar nossas fronteiras. Parabéns ao Tom. Não tenho dúvidas de que ele fará um trabalho fantástico", disse Trump.
Segundo ele, a primeira missão de Homan será coordenar a deportação em massa de estrangeiros ilegais no país – uma de suas principais promessas de governo. O plano deve seguir a operação Wetback, implementada pelo governo de Dwight Eisenhower, em 1954, que resultou na expulsão de 1,3 milhão de imigrantes sem documentação.
A ideia do republicano é que os números sejam ainda maiores, concretizando a maior deportação da história dos Estados Unidos.
"Ouço muitas pessoas dizerem que falar de deportação em massa é racista, que é uma ameaça para a comunidade imigrante. Não é uma ameaça para a comunidade imigrante. Deveria ser uma ameaça para a comunidade de imigrantes ilegais. Mas, no meio de uma crise histórica de imigração ilegal, isso deve ser feito", disse Trump à CBS.
Crise imigratória nos EUA
A promessa de Trump acontece em uma das maiores crises migratórias do país. A entrada de viajantes ilegais pela fronteira do México atingiu níveis recordes durante o governo de Joe Biden, sobretudo depois da suspensão das medidas sanitárias de Covid-19.
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Em meio ao cenário, prefeitos e governadores acionaram o governo federal para aumentar a fiscalização nas fronteiras. Em Nova York, as autoridades chegaram até a distribuir panfletos em inglês e espanhol alertando que não havia mais espaço. Já no Texas, foi aprovada uma lei autorizando a prisão de imigrantes ilegais.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/