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Caso Marielle: Ronnie Lessa é condenado a 78 anos e Élcio Queiroz a 59 anos de prisão

Por Blog do Elias Hacker 31/10/2024 às 19:17:35

A Juíza Lúcia Glioche definiu, nesta quinta-feira (31), a sentença dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Élcio teve a sentença de 59 anos e 8 meses.

Lendo o documento da sentença final, a juíza afirmou que a brutalidade do assassinato de Marielle e Anderson deixa um buraco na sociedade. "A sentença não responde a pergunta que ecoou: Quem mandou matar Marielle Franco?", afirmou, reforçando que a justiça, por vezes, é cega, injusta e errada, mas chega para todos.

"Essa sentença é para vários Ronnies e Élcios" que vivem no Rio de Janeiro e no restante do país, afirmou. Após o anúncio das sentenças, familiares das vítimas caíram em lágrimas no tribunal.

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados nos seguintes crimes:

  • duplo homicídio triplamente qualificado;
  • tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves;
  • receptação do Cobalt prata, clonado, que foi usado no crime.

Os assassinos confessos estão presos desde março de 2019. Lessa está na Penitenciária de Tremembé, interior de São Paulo, enquanto Queiroz está no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi emboscado no centro do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa teria disparado vários tiros contra o veículo, atingindo Marielle e Anderson fatalmente, enquanto Élcio Queiroz dirigia o carro de onde partiram os disparos.

Delação premiada
Por terem assinado um acordo de delação premiada, Lessa e Élcio não devem cumprir a pena completa imposta pela Justiça. O acordo foi fundamental para elucidar o caso.

Entre outras condições, o acordo prevê que Élcio Queiroz cumpra, no máximo, 12 anos de prisão em regime fechado. Já Ronnie Lessa deve cumprir até 18 anos em regime fechado, seguidos por mais 2 anos em regime semiaberto.

Esses prazos começam a contar a partir da data em que foram presos, em 12 de março de 2019 – um ano após o crime. Ou seja, 5 anos e 7 meses serão descontados das penas máximas.

O julgamento
O 4º Tribunal do Júri da Justiça do Rio de Janeiro iniciou o julgamento do caso na quarta-feira (30). No primeiro dia de julgamento, foram ouvidas todas as testemunhas de defesa e acusação. As testemunhas de acusação começaram os depoimentos. A primeira a falar foi a assessora de imprensa Fernanda Chaves, que estava no carro com Marielle e Anderson no dia do crime. Ela foi a única sobrevivente do ataque.

"O carro estava bem devagar. Foi quando teve uma rajada. Num reflexo, eu me encolhi no banco do Anderson. Os tiros já tinham atravessado a janela. O Anderson esboçou dor, falou um "ai". Marielle estava imóvel, e eu senti o corpo dela sobre mim. Eu acreditava que o carro tinha passado pelo meio de um tiroteio", relatou Fernanda. A segunda testemunha ouvida foi Marinete Silva, a mãe de Marielle, indicada pela acusação. O promotor de Justiça pediu para que Marinete contasse o lado de uma mãe que perdeu a filha e quem era a Marielle fora da figura parlamentar.

"A falta que minha filha faz é imensurável. Falar como minha filha faz falta não tem como definir. A maior dor é conviver com a falta da filha que podia estar aqui […] É uma dor, uma falta, é um coração que teve um pedaço arrancado covardemente naquele 14 de março de 2018", contou Marinete. Além delas, a Mônica Benício, vereadora (PSOL) e viúva de Marielle, e Agatha Arnaus Reis, viúva de Anderson Gomes, prestaram depoimentos. Os agentes a seguir também prestaram depoimentos:

  • Carlos Alberto Paúra Júnior (Policial Civil)
  • Luismar Cortelettili (Polícia Civil)
  • Carolina Rodrigues Linhares (Perita criminal)
  • Guilhermo Catramby (Polícia Federal)
  • Marcelo Pasqualetti (Polícia Federal)

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/

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