Em comunicado emitido nesta quarta-feira (30/10), o governo da Venezuela condenou posições recentes do Brasil e criticou a postura do ex-chanceler brasileiro Celso Amorim. "Comporta-se mais como um mensageiro do imperialismo norte-americano", diz o texto. Amorim acompanhou as eleições venezuelanas em julho na condição de assessor especial da Presidência da República.
O governo de Nicolás Maduro acirrou a crise diplomática com o governo Lula e convocou o retorno imediato a Caracas do embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell.
Em relação a Celso Amorim, o texto do comunicado diz o seguinte: "[Ele] tem se dedicado de maneira impertinente a emitir juízos de valor sobre processos que só dizem respeito a venezuelanos, venezuelanas e suas instituições democráticas, o que constitui uma agressão constante, que prejudica as relações políticas e democráticas entre os estados, ameaçando os laços que unem os dois países".
Em recente reunião do Brics, o Brasil votou contra a participação da Venezuela no grupo. A posição brasileira contrariou o governo venezuelano, que viu a atitude como uma sanção que prejudica toda a população do país.
Nessa terça-feira (29/10), Celso Amorim falou sobre o assunto na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. O ex-chanceler, considerado braço direito do presidente Lula em assuntos de política externa, disse que a Venezuela não cumpre requisitos básicos para integrar o bloco.
"O Brasil não quer uma expansão indefinida, o Brasil acha que tem que ser países com influência e que possam ajudar a representar a região. E a Venezuela de hoje não preenche essas condições na nossa opinião", disse Amorim.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br