São Paulo — A segunda derrota nas eleições municipais paulistanas aumentou a pressão para que o deputado federal Guilherme Boulos troque o PSol pelo PT e o número de vozes que defendem que ele deveria ocupar um ministério para espantar as acusações de inexperiência feitas por adversários durante a campanha, como o prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB).
A equação vista como ideal por alguns aliados petistas inclui a migração para o PT e a admissão de Boulos em algum ministério do governo do presidente Lula. Assim, ele poderia abocanhar uma fatia maior do eleitorado que não votou nele em uma próxima eleição e ainda se blindar contra as críticas de que transformaria São Paulo em cobaia se fosse eleito prefeito.
O futuro de Boulos, porém, segue aberto. "Tem várias correntes dentro do PT, mas a pessoa que sabe dizer o que será do futuro político dele se chama Luiz Inácio Lula da Silva", resume um petista aliado de Boulos. Há uma expectativa de que Lula faça uma reforma ministerial na virada do ano, quando completa metade do seu mandato.
Para deixar o PSol, porém, Boulos teria de abrir mão do posto de principal nome de seu partido e poderia enfrentar maior oposição interna. Entre psolistas também há a óbvia resistência à possibilidade de perder seu maior quadro.
Na avaliação de aliados petistas, Boulos atingiu um teto de votos na cidade pelo PSol, repetindo quase a mesma votação da eleição anterior no 2° turno à Prefeitura de São Paulo: neste ano, ele recebeu 2,3 milhões de votos, enquanto há quatro anos, o número havia sido de 2,1 milhões, ficando com 40% dos votos nas duas disputas.
Muitos eleitores de Lula declararam voto em Ricardo Nunes, fato que não escapa aos aliados que defendem que Boulos mude de partido. Para eles, se Boulos quiser, de fato, crescer politicamente e viabilizar sua eleição na capital paulista em 2028, precisará trocar de sigla.
Além disso, o pragmatismo político do PT é visto como um trunfo, na visão deles, por comprometer menos alguns posicionamentos de Boulos. Um dos exemplos citados foi o fato de o PSol ter votado contra a redução de Impostos Sobre Serviços (ISS) para streamings e aplicativos, situação explorada por Nunes durante a campanha.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/