A Polícia Federal prendeu em flagrante sob suspeita de corrupção eleitoral duas pessoas por transportarem R$ 500 mil em dinheiro vivo num carro em Niterói (RJ) nesta quinta-feira (24).
De acordo com a polícia, o veículo era de uso exclusivo do DER (Departamento de Estradas e Rodagem), autarquia da gestão Cláudio Castro (PL), em Niterói. A cidade é uma das duas cidades do estado com disputa de segundo turno, entre o ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT) e o deputado federal Carlos Jordy (PL).
O DER-RJ negou, em nota, que o veículo é de sua responsabilidade.
"O carro aprendido pela Polícia Federal não pertence ao órgão. Não há nenhum veículo desse modelo a serviço ou de propriedade do DER. Um dirigente do órgão fez contato com a Polícia Federal para esclarecer o equívoco", diz o departamento.
Além do dinheiro, foram apreendidos, segundo a PF, um revólver, três celulares, documentos e santinhos de campanha eleitoral para prefeito. A reportagem apurou que se tratam de material de campanha de Jordy.
"Os presos, o veículo e os valores apreendidos foram encaminhados à Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro para o prosseguimento das investigações, no âmbito de inquérito policial instaurado para apurar a prática de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e organização criminosa", afirmou a PF.
Neves vinculou as suspeitas à campanha de Jordy e a aliados de seu adversário de São Gonçalo, governado por Nelson Ruas (PL).
"O que está acontecendo em Niterói é absolutamente inaceitável. É uma tentativa de tomar de assalto a Prefeitura de Niterói por parte daqueles que já foram indiciados na CPI das Milícias e por parte daquele que não tem qualquer compromisso com a democracia", disse o ex-prefeito.
Ele afirmou ainda recebeu uma "proposta com ameaças" para que assinasse um acordo para roubar "recursos de Niterói" dos royalties de petróleo. "A proposta era que eu assinasse um acordo para abrir mão de R$ 1 bilhão por ano dos royalties de petróleo de Niterói. Não vamos aceitar chantagem, achaque", disse Neves, em referência à disputa entre Niterói e São Gonçalo por royalties.
Em nota, a campanha de Jordy afirmou que o pedetista "está desesperado".
"Se alguém tentou achacá-lo, por que ele não denunciou a polícia? E se alguém quisesse achacar Niterói, não teria de fazer isso junto ao prefeito Axel Grael e os vereadores? Me parece um factoide de novela mexicana, tentando tirar o foco dos reais problemas da cidade", disse o deputado, em nota.
Com mais esta apreensão, a PF no Rio de Janeiro contabiliza, até aqui, o montante de R$ 4,5 milhões em espécie apreendidos em ações de combate à corrupção eleitoral neste ano de 2024.
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