A 16ª Cúpula dos Brics começa, nesta terça-feira (22/10), com incertezas sobre a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento ocorre em Kazan, na Rússia, e o titular do Planalto cancelou a participação presencial após sofrer um acidente doméstico no fim de semana.
A reunião do Brics será marcada pela discussão da inclusão de novos países parceiros. A Venezuela, pressionada por uma acusação de fraude nas eleições presidenciais, é uma das nações candidatas.
Lula ficou proibido pelos médicos de viajar e deverá despachar do Palácio da Alvorada, residência oficial, ao longo da semana. Além das reuniões, o petista terá novos exames médicos nos próximos dias.
A princípio, no domingo (20/10), a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) confirmou que o chefe do Executivo participaria de forma remota da cúpula do Brics.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por orientação médica, não viajará para a Cúpula do Brics, em Kazan, devido a um impedimento temporário para viagens de avião de longa duração. O presidente irá participar da Cúpula do Brics por meio de videoconferência e terá agenda de trabalho normal nesta semana em Brasília, no Palácio do Planalto", dizia o texto.
No entanto, o tom adotado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi de maior cautela. "Ele deve ainda ter participações durante a semana no Brics, que não está definida em qual momento, e deve manter contatos telefônicos com o ministro Mauro Vieira", afirmou.
"Em função da não presença presencial dele, o ministro Mauro Vieira vai organizar as demandas de participação do presidente. Na medida que encaminhar essas demandas, vai ser avaliado se participa ao vivo, direto, ou se participa de outras formas das reuniões", completou.
A previsão de voltar a trabalhar do Palácio do Planalto, indicada no domingo, ainda não se concretizou e Lula despachou do Palácio da Alvorada, residência oficial, na segunda-feira (21/10).
Lula diz que acidente foi "grave"
Em vídeo do candidato Luiz Caetano (PT), que disputa a Prefeitura de Camaçari (BA), Lula pode ser ouvido dando um relato do que aconteceu.
"Tive um acidente aqui, foi uma bobagem minha. Foi grave, mas não afetou parte mais delicada, estou cuidando porque qualquer coisa na cabeça é muito forte. Tem que esperar mais três ou quatro dias para saber o estrago da batida. Preciso sobreviver para ir à sua posse", afirmou.
Ingresso da Venezuela
No ano passado, o Brics aprovou o ingresso de novos membros plenos: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. O encontro de 2024, portanto, é a primeira oportunidade em que a cúpula vai reunir os chefes de Estado após a expansão.
A reunião de líderes dos Brics neste ano vai focar na criação de uma nova categoria de países parceiros do bloco. A possibilidade de entrada da Venezuela nesta modalidade é alvo de polêmica.
O Brasil tem defendido a inclusão de países com base nas mesmas regras de entrada de membros plenos. Entre os princípios, estão o "equilíbrio geográfico" e o relacionamento amistoso com nações integrantes do bloco. Nessa segunda, após a chegada a Kazan, Mauro Vieira afirmou que "todos os países candidatos" têm possibilidade de ingresso, ao ser questionado sobre a entrada da Venezuela.
Nicolás Maduro decidiu não comparecer ao evento em meio à pressão internacional devido às eleições presidenciais, realizadas em julho e que tiveram o resultado questionado pela oposição. O presidente venezuelano foi convidado pelo mandatário russo e anfitrião da cúpula, Vladimir Putin.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/