Durante uma entrevista ao podcast Flow, que foi ao ar na última sexta-feira (11), o jornalista Glenn Greenwald abordou as recentes mudanças de postura de Elon Musk, proprietário do Twitter/X, em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Greenwald atribui essa alteração a pressões significativas que Musk enfrentou de acionistas, instituições financeiras e governos, especialmente após Moraes bloquear recursos da Starlink para cobrir multas relacionadas ao X no Brasil.
Pressões sobre Musk
De acordo com Greenwald, Musk está sob pressão de investidores poderosos que não estão dispostos a ver a Starlink, um de seus empreendimentos, perder dinheiro em decorrência de conflitos com o governo brasileiro. Ele afirmou: "Musk tem pessoas ricas e poderosas falando para ele que não aceitarão ficar apenas assistindo à briga com Moraes enquanto a Starlink perde dinheiro." O jornalista destacou que uma parte significativa dos US$ 44 bilhões usados por Musk para adquirir o Twitter/X foi financiada por grandes bancos, como Morgan Stanley e Bank of America.
Greenwald provocou a reflexão sobre a situação, perguntando: "Você acha que essas pessoas estavam tranquilas vendo o X fechado no Brasil, um país lucrativo com mercado potencial?" Essa pressão dos investidores se torna um fator importante para a operação do X em mercados estratégicos como o brasileiro.
Críticas a Alexandre de Moraes
Em 13 de agosto, Greenwald publicou uma série de reportagens na Folha de S.Paulo que analisavam a atuação de Moraes, tanto no STF quanto como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As reportagens indicam que Moraes usou sua posição no TSE para fortalecer inquéritos que estão em andamento na Suprema Corte, incluindo o controverso inquérito das fake news.
Além disso, Greenwald mencionou que o aparato de vigilância do TSE foi utilizado para censurar apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, levantando questões sobre a liberdade de expressão e as práticas de vigilância no Brasil.
As declarações de Greenwald refletem um contexto de tensão entre o setor privado e o governo brasileiro, destacando a complexidade das relações entre grandes empresas de tecnologia e a regulação estatal. A entrevista no Flow Podcast levantou importantes questões sobre a dinâmica de poder entre Musk, o STF e o mercado brasileiro, que podem impactar a operação de plataformas digitais no país.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/