Informações do Banco Central mostram que se trata do maior nível da série histórica, no mesmo período de cada ano
As empresas estatais brasileiras atingiram um déficit recorde de R$ 7,21 bilhões entre janeiro e agosto de 2024. Este é o maior nível registrado na série histórica, quando comparado ao mesmo período dos anos anteriores. As informações foram fornecidas pelo Banco Central (BC).

Das empresas públicas analisadas, as federais apresentaram um déficit de R$ 3,37 bilhões, em contraste com as estaduais que tiveram um déficit de R$ 3,85 bilhões. Essas informações abrangem o período do primeiro ao oitavo mês do ano corrente.

Ao efetuar o cálculo, o Banco Central considera a variação da dívida das empresas estatais – um conceito conhecido como "abaixo da linha". O resultado do Tesouro Nacional ou das próprias empresas utiliza um conceito distinto, denominado "acima da linha", que avalia o fluxo de entrada e saída de fundos do caixa.

Embora o Tesouro seja o garantidor final das empresas estatais, especialistas indicam que o caráter do déficit atual é mais benéfico. Essa situação é atribuída à influência dos investimentos e à emissão de debêntures, especialmente por estatais do setor de saneamento.

Déficit das estatais: análise do setor
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, declarou para o jornal O Estado de S. Paulo que o déficit não é uma preocupação, desde que não esteja vinculado a altos custos operacionais. Ele apontou que as emissões de debêntures atuais eventualmente se tornam despesas financeiras.

João Pedro Leme, da Tendências Consultoria, enfatiza que as debêntures emitidas por empresas estatais são rigorosamente avaliadas por agências de classificação de risco e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um fator que atrai investidores.

A Sanepar exemplifica isso, tendo emitido R$ 600 milhões em debêntures no início de 2023 e recebendo uma nota AAA da Moody"s. O dinheiro arrecadado é destinado a aprimoramentos nos serviços de "água e esgoto".

A explicação do Banco Central é que, quando as empresas arrecadam fundos através de "debêntures", não há uma mudança instantânea em seu balanço patrimonial, já que são registradas como receita e passivo. No entanto, à medida que os custos financeiros começam a ser pagos, o déficit começa a se tornar visível. Vale notar que as informações não englobam os resultados dos bancos públicos ou da Petrobras. As informações são da Revista Oeste.

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br