A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) pelos crimes de calúnia e difamação contra o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT).
O documento, encaminhado ao STF, nesta sexta-feira (4), é assinado pelo vice-procurador-geral, Hindemburgo Chateaubriant.
Em julho de 2023, durante o ato do Movimento Pró-Armas em Brasília, o deputado chamou Lula de "ladrão" e "corrupto", onde também criticou o então ministro da Justiça e hoje ministro da Suprema Corte, FlĂĄvio Dino.
– Vivemos em tempos difíceis. Na PresidĂȘncia da República estĂĄ um ex-presidiĂĄrio, ladrão, corrupto, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Eu repito: é ladrão! É ladrão! E no Ministério da Justiça – pra quem não sabe, eu sou Policial Federal hĂĄ 20 anos, completo 20 anos agora em agosto – e esse Ministro da Justiça não representa a Polícia Federal, não representa o povo brasileiro. Um Ministro da Justiça que vai numa comunidade dominada pelo Comando Vermelho, sem trocar tiro – disse Gilvan.
Segundo a PGR, "muito embora o denunciado tenha proferido as ofensas na condição de parlamentar, as referĂȘncias por ele feitas à vítima, se jĂĄ não fossem estranhas e descontextualizadas do embate político-partidĂĄrio em que foram utilizadas, extrapolaram, pela forma abusiva, a imunidade de palavras de que se encontrava investido, por força do cargo".
Ao oferecer a denúncia, a entidade pediu que fosse marcada uma audiĂȘncia para negociação de um acordo de transação penal – quando o acusado aceita cumprir algumas medidas em troca do arquivamento do processo. Caso não haja acordo, o caso tramitarĂĄ normalmente.
A Procuradoria-Geral também pediu ao Supremo a fixação de um valor mínimo para reparação dos danos causados pelas ofensas do parlamentar ao presidente. O relator do caso na Corte é o ministro Luiz Fux, que decidirĂĄ sobre o acolhimento ou não da denúncia.
Fonte: *AE